• 29 ~ Em choque

80 6 0
                                    

Um mês nunca passou tão rápido

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.




Um mês nunca passou tão rápido. Desde aquela rave onde encontrei Pablo e fizemos as pazes, que tudo está simplesmente... perfeito! Não havia outra palavra que pudesse definir minha vida no momento.

A ideia que ele revendia drogas martelou alguns dias em minha cabeça, mas quem era eu para julgá-lo? Afinal eu mesma me tornara usuária de cocaína e me aproveito do "emprego" dele. Preferi não pensar mais nisso, eu me sentia bem com ele e isso que importava.

Mesmo desconfiada do pequeno incidente ocorrido quando ele foi à minha casa, minha mãe aceitou minha "relação" com Pablo. Até conheceu meu pai em um dia em que me buscou para irmos à praia no fim de semana. Descobriram que torciam para o mesmo time de futebol e pronto, na semana seguinte já estava assistindo ao jogo lá em casa. Percebi que eles haviam dado uma segunda chance a Pablo, mas ainda via os olhares furtivos de minha mãe quando saíamos, além de nunca nos deixar sozinhos.

Digo "relação" porque não sei como chamar o que está rolando entre nós dois... ele evita qualquer conversa que envolva o tema. Eu prefiro acreditar que estamos nos conhecendo melhor para que no futuro ele possa se sentir seguro o bastante para me pedir em namoro. Não havia cobrança entre nós e, pelo que conheci de Pablo, vi que odeia ser controlado, cobrado, ou qualquer coisa do tipo.

Nem sempre saíamos juntos, mas preferia não pensar nele com outras mulheres. Não sei porquê, mas isso me incomodava. Eu ficava com alguns carinhas na noite, mas sem muita importância, eram apenas para tornar a noite mais divertida e para trocar figurinhas com Mai.

Ocasionalmente eu também ia até sua casa, obviamente escondida dos meus pais. Dona Diva sempre preparava algum bolo delicioso e nós três sentávamos à mesa na cozinha enquanto conversávamos. Ela era uma senhora encantadora e sempre dizia que o meu futuro e o de seu neto estavam ligados, que éramos feitos um para o outro. Eu tinha certo medo da certeza com a qual ela falava, e Pablo parecia se sentir assim também pois sempre mudava de assunto, constrangido.

- Estou pronta mãe! Mais tarde o Pablo me deixa aqui! – dei um beijo estalado em sua bochecha.

- Onde ele está?

- Lá embaixo, acabou de me ligar!

- Não volte tarde, ouviu mocinha? É perigoso ficar andando por aí de ônibus!

- Qualquer coisa, pegamos um táxi! Estou com o celular! Bye!

Conferi meu reflexo diversas vezes no espelho do elevador. Por sorte, meu apartamento dava para os fundos do prédio, assim não corria o risco que minha mãe me visse andando até a esquina da rua. Ela não suportava motos, então eu lhe dizia que Pablo ia e vinha de ônibus.

O encontrei encostado na moto, de braços cruzados e mirando um ponto a frente, distraído. Vestia um jeans gasto, tênis e camisa meia manga com gola V lisa, mas para mim, ele estava incrível.

Por Trás dos Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora