• 41 ~ Aventuras desmedidas

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Acordei no meio da tarde, totalmente detonado

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Acordei no meio da tarde, totalmente detonado. O sol já havia nascido quando me joguei na cama, totalmente exausto. Com um gosto horrível na boca e ainda vestindo as mesmas roupas, olhei em volta do quarto e vi a bagunça em que me encontrava.

Roupas sujas e limpas espalhadas pelo chão, outras penduradas na cadeira, guimbas de cigarro por aqui e ali, papéis amassados e pares de tênis perdidos. O cenário do resto da casa não mudava muito... a cozinha com pilhas de louça para serem lavadas, geladeira abastecida apenas com álcool e o banheiro fedia a mofo.

Dessa vez eu sabia que não tinha alguém para limpar, não haveria ninguém para reclamar o quanto eu era bagunceiro. Meus olhos encheram-se de lágrimas ao lembrar dela de novo. Senti como se minha vida fosse um poço sem fundo sem minha avó. Sua presença me dava um eixo de vida, algo que me fazia ter um mínimo bom senso.

E agora ela que ela tinha ido embora pra sempre, não havia mais nada que me fizesse refletir nos meus atos ou no que estava me tornando. Na noite passada, passei no morro logo depois de deixar Kat em casa e peguei um pouco de heroína. A seringa ainda estava jogada em cima da escrivaninha, me fazendo lembrar em como me senti bem assim que injetei o líquido em minha veia, totalmente eufórico. Mal conseguia ordenar meus pensamentos e, assim, consegui jogar os dois assuntos pendentes da minha vida para escanteio: minha avó e ela.

Mas agora, que o efeito já havia passado, tudo voltou como uma bomba. Eu só queria enfiar a cabeça embaixo do travesseiro e sair nunca mais, viver em meu próprio mundo e deixar essa tal de vida real pra lá. Lembranças da noite anterior vieram com tudo, eu e Kat engalfinhados naquele casebre, seu corpo nú... só de lembrar já ficava excitado novamente.

- Merda! – grunhi, olhando para a elevação no meio das pernas.

Tomei um banho gelado, aos pulos, tentando aliviar minha situação deprimente. Essa garota já estava me levando a loucura, com toda a certeza, mas como lidar com isso se eu mal conseguia evitá-la?!

Tentei arrumar a casa, mas o desânimo me venceu. Me joguei no sofá, fumando um cigarro e liguei a TV. Zapeando pelos canais, tentando encontrar algo interessante para ver em pleno sábado à tarde e parei em um filme de terror que ainda não tinha visto. Na verdade, nem lembro qual foi a última vez que parei para ver um filme ou ir ao cinema.

Meu celular, que estava jogado em uma mesinha próxima, vibrou. Era uma mensagem de Claudia.

Consegue passar aqui hoje?

Pensei um pouco antes de digitar uma resposta. Não estava nem um pouco afim de sair de casa, muito menos em ter que transar com ela. Mas o trabalho vinha em primeiro lugar, certo? Eu não podia me dar o privilégio de perder uma venda, mesmo que fosse uma merdinha de baseado.

Que hrs?

Qnd vc pode?

Mais tarde passo por aí então. Te ligo.

Por Trás dos Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora