• 48 ~ Agradável surpresa

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Maite se afastou totalmente de mim e de Pablo e passou a andar com as piranhas da turma deles - aquelas que nós odiávamos, isso mesmo

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Maite se afastou totalmente de mim e de Pablo e passou a andar com as piranhas da turma deles - aquelas que nós odiávamos, isso mesmo. Olhar pra ela me dava nojo, e eu ficava de olho sempre que Pablo estava por perto. Me descobri altamente possessiva e por algumas vezes fui parar na coordenação por discutir com uma ou outra menina , que fazia questão de esfregar os peitos na cara dele. Pablo achava graça, mas sempre desenrolou com o coordenador pedagógico para que meus pais não ficassem sabendo dos incidentes.

Eu e ele estávamos felizes e aproveitando cada segundo do nosso relacionamento intenso e louco. Não tinha rolado um pedido de namoro, mas isso pouco importava... eu sabia o quanto era difícil pra ele lidar com sentimentos e por isso não cobrava. A todo o momento Pablo demonstrava que gostava de mim e isso me bastava. Sua casa se tornou nosso lugar, onde eu tinha liberdade para abrir a geladeira, cozinhar miojo e tirar uma soneca no sofá. Foi ali que vivemos nossos melhores momentos, o clima por vezes esquentava e algumas peças de roupa chegaram a se acumular no chão, mas ele não tentara chegar aos finalmentes, por mais que eu dissesse estar preparada.

Setembro chegou e, com ele, mais uma semana de provas bimestrais. Eu juro que tentei estudar, me concentrar nos livros, mas mal tinha as anotações para me auxiliarem. Todo o momento livre que eu tinha, onde tecnicamente deveria me trancar no quarto e estudar, eu passava com Pablo, onde ora cheirávamos, ora usávamos H. Meus pais desconfiavam demais de mim, mas eu havia me tornado uma mestra na arte de mentir. Até então eles não tinham conseguido me pegar no flagra, ainda que eu tenha passado por uns maus bocados e precisado me desdobrar para que não descobrissem onde eu realmente estava, e pior, com quem.

Como já era de se imaginar, minhas notas foram horríveis, o que me fez ficar automaticamente em recuperação no fim do ano, em todas as matérias. Mesmo que eu tirasse nota máxima no último bimestre, ainda assim não alcançaria a média imposta pela escola. Mais uma vez eu fiquei de castigo, e pela primeira vez, tomei uma surra da minha mãe. Foi uma briga muito feia entre nós duas, onde eu inclusive a xinguei e ela deu um tapa tão forte no meu rosto, que senti queimar. Tentei me trancar no quarto mas ela me alcançou e, com o chinelo na mão, me bateu contínuas vezes, até que meu pai chegou do trabalho e viu a cena.

Antes de dormir pude ouvir os dois brigando por minha causa, no quarto. Na semana seguinte ouvi mais brigas, com meu nome sendo repetido várias vezes. Senti um pouco de remorso, mas pelo menos minha mãe não havia voltado a me bater. Meu pai me deu um sermão de três horas, mas isso era o de menos. Eu e Pablo voltamos a matar mais algumas aulas para poder ficar juntos, o que só ia piorar as coisas pra mim, mas eu estava nem aí. Ele era tudo o que eu precisava.


 Ele era tudo o que eu precisava

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Por Trás dos Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora