Francis Valois
Ao sairmos de seus aposentos, Mary desmaiou em meus braços, o que me fez levá-la as pressas até a enfermaria, desesperado sobre o que aquele animal pode ter feito a ela antes que eu chegasse, enquanto estava a caminho da enfermaria, vi pessoas da corte cochichando ao me verem passar com Mary nos braços, sendo que agora nada mais me importa, se Don Carlos souber de nós ou se algo me acontecer. Mary quase foi estuprada por minha causa e se tivesse realmente acontecido, jamais me perdoaria.
- Ela precisa de ajuda, por favor. -
Nostradamus, o médico da corte se aproxima e de imediato começa a examiná-la.
- O que aconteceu com ela? -
- A encontrei desmaiada, por favor, ela ficará bem? - Segurando uma das mãos de Mary que agora se encontra deitada em uma das camas da enfermaria, estou suando e com as mãos tremendo, sem saber como agir, só desejando que ela acorde, que volte pra mim.
- Ela parece ter passado por um momento traumático, mas ficará bem. Está excessivamente cansada, devo pedir que Vossa Alteza se retire para que ela descanse. -
- Não! Não sairei daqui! E não quero que comente sobre isso com ninguém, é uma ordem. -
- Como quiser, Vossa Alteza. - Nostradamus diz e acomodo Mary melhor em meio aos travesseiros antes de me sentar em uma poltrona ao lado na cama, sem conseguir dormir ou parar de olhar para ela, tudo é minha culpa, se eu nunca tivesse me aproximado dela, nada disso teria acontecido.
Dois dias depois...
Levanto da poltrona ainda um pouco sonolento por estarmos no meio da madrugada, e quando vejo Mary despertar com certa dificuldade, como se estivesse acordando de um pesadelo, o que realmente aconteceu, me aproximo da beira da cama e seguro uma de suas mãos na tentativa de mostrar que está segura, que tudo aquilo passou.
- Mary... Sou eu, Francis. - Ela está confusa e quando sente o meu encostar em uma de suas mãos, se afasta no mesmo segundo, como se achasse que eu sou o homem que a atacou dois dias atrás. A vejo sentar na cama e se encolher com os joelhos dobrados, ver tal cena me faz desmoronar, ela tem medo.
- Foi ela? - Mary diz baixinho, ainda se encolhendo e sem deixar que eu me aproxime demais.
- Mary... Eu nunca imaginei que minha mãe faria isso, ela está fora de si, mas, reforçarei a sua segurança com guardas confiáveis e mudaremos você de quarto, quero que fique no quarto ao lado do meu. - Queria confortá-la de imediato e nem me dou conta da quantidade de informações que jogo sobre ela de uma só vez.
- Eu tenho que ir embora, Francis... Embora deste castelo, embora da França. - Seu tom de voz é desesperado, o que faz com que eu me aproxime em uma tentiva de fazê-la se sentir segura, porque jamais permitirei que isso aconteça novamente, jamais. Mas, Mary se afasta, negando qualquer tentativa minha de tocá-la e isso causa mais dor que a lâmina de uma faca atravessando o meu corpo.
- Ela não sairá impune, Mary. Lhe asseguro isso. Precisa confiar em mim. -
Mary Stuart
- Se eu tivesse alguma esperança de que casaremos e que sua mãe mudará ao longo do tempo, iria querer o fim da aliança espanhola... Mas, não tenho... - Não consigo conter as lágrimas ao falar, me sinto insegura, correndo riscos por algo que provavelmente nunca terei.
- Eu a protegerei, farei todo o possível, Mary... Ver aquele homem tocar em você... Isso nunca mais irá acontecer, nunca mais estará em perigo, principalmente por minha causa. -
- Só não estarei em perigo quando nos separarmos, quando eu for para a Espanha. - Demorei para admitir, mas tentar me aliar a França me custará bem mais do que posso imaginar.
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Meu Príncipe Francis
RomanceApós um ataque inglês e inúmeras solicitações de apoio às nações católicas das quais a Escócia é vizinha, somente o Rei Henry ll da França enviou um de seus exércitos para socorrer a nação da Rainha Mary. Seu filho, o Delfim da França, o príncipe Fr...