Meu Príncipe Francis

Acerto De Contas

Uma semana depois...

Francis Valois

- Antoine desistiu da reinvindicação ao trono francês? Em troca de nada?! Como conseguiu essa façanha, Francis? A família Bourbon é extremamente gananciosa. - Minha mãe diz no momento em que nos encontramos sozinhos, depois de ter anunciado que os Bourbon não são mais uma ameaça, meu pai disse que estou pronto para reinar... Mas, minha mãe nunca esteve tão desconfiada.

- Eles sabiam que não teriam a mínima chance com essa reinvindicação. Logo tomaremos a Inglaterra, e eu e Mary nos tornaremos governantes de quase metade da Europa. -

- Soube também que Condé foi libertado... Foi levado durante a madrugada até o navio de Antoine, e seus guardas pessoais escoltaram ele, o que me diz que foram ordens suas. -

- Como o processo foi feito, não interessa. Conseguimos, mãe. Porque não pode ficar somente contente com isso? -

- Você e Antoine fizeram um trato, Condé foi preso sobre acusações que ninguém soube quais foram, e antes disso, Condé foi visto entrando nos aposentos de Mary... -

A cada palavra dita, percebo que a cada ação tomada por mim, foi observada pelos espiões de minha mãe, com certeza ela não deixaria passar absolutamente nada.

- Se soube de tudo isso, com certeza sabe do resto. -

- Que aquela briga de vocês foi falsa? Ou que você permitiu que Condé entrasse nos aposentos de Mary durante a noite? -

- Precisávamos nos livrar dele de algum jeito! Mas, eu nunca permitiria que ele tocasse em Mary, sabe disso. -

- E o que Condé fez?! -

- Ameaçou o reinado de Mary, ameaçou sua integridade, alegando dizer ao Vaticano que ela foi infiel. -

- Francis, ele deveria ter sido enforcado! Não deveria ter feito acordo. -

- E torná-lo um mártir para os protestantes? Não mesmo. Tenha a certeza de que eu queria vê-lo morto, mais do que qualquer coisa, mas não podemos provocar uma guerra entre crenças. -

- Mary passou por tanta coisa... -

- E o fato de você tê-la humilhado na frente da corte inteira, não ajudou em nada. Ainda deve desculpas a ela. -

- Tem razão. - Suspiro aliviado ao ouvir tais palavras vindas de minha mãe, vê-la apoiar Mary e dar-lhe conselhos como se fossem amigas, é o que sempre quis, mesmo apesar de tudo que minha mãe já fez e ainda tem feito.

Catherine De Médici

- Mary... - Entro nos aposentos de Mary e Francis, imaginando que ela deve estar com James.

- Catherine, Francis não está aqui. -

- É com você que quero falar. Quero me desculpar. - Me aproximo, e vejo meu neto dormindo profundamente em seus braços.

- Quero me desculpar por tudo o que lhe disse, sobre Condé... Só agora vejo que você não seria capaz de trair Francis. -

- Eu só pensei na Escócia, na segurança do meu filho. Achei que você fosse entender mais do que qualquer outra pessoa. -

- Estava lidando com a ausência do meu primogênito, com a fragilidade da França e, não vi o quanto você estava com dificuldades. Espero que me perdoe. -

- Somos da mesma família, e você não é só a mãe de Francis, é a avó do meu filho. É claro que te perdôo. -

Mary é uma boa pessoa, muito mais do que já consegui ser um dia. Ela deveria me odiar, e eu nem poderia culpá-la por isso, porém, mais uma vez me surpreendo.