Francis Valois
Nunca imaginei que fosse ser tão difícil me despedir, posso estar fazendo isso pelos motivos que julgo corretos, mas sei que Mary ainda não entende. Ela não acha que somos culpados, quando fomos nós que atraímos isso, atraímos a irá de Antoine, Elizabeth e Dom Carlos. E agora, temos que lidar com as consequências de nossos atos... Não podemos simplesmente fugir, achando que estaremos a salvo e que conseguiremos cuidar de nossos filhos. Elizabeth não fez essa proposta de casamento atoa, ela quer vingança. Quer se vingar de mim, depois de tudo o que fiz pra ficar com Mary. Elizabeth ainda não aceita que amo a Rainha da Escócia.
Um exército nos acompanha na viagem até a Inglaterra, exército esse que ficará em frente a propriedade onde ficaremos hospedados, porque obviamente não ficaremos no palácio inglês. Não confio em Elizabeth, ela é capaz de qualquer coisa, já deixou isso bem claro. E não deixarei Charles sozinho com ela, sei que disse ao meu pai que viria somente pra acompanhar Charles, mas não permitirei que meu irmão se case com ela, mesmo que só seja daqui a alguns anos. Isso não pode acontecer, Charles não pagará pelos meus erros.
- Suas Altezas Reais, Francis Valois e Charles Valois. – Somos anunciados antes de entrarmos na sala do trono, com o castelo repleto de súditos protestantes.
- Majestade. – Faço a cordial reverência ao vê-la.
- Sabia que viria. –
- Estou aqui pra negociar a união com meu irmão, depois disso iremos embora da Inglaterra com o acordo formal de paz assinado por Vossa Majestade, garantindo a paz com a França. –
- Se assim, a França merecer. –
- Estamos cumprindo o acordo, como solicitou. –
- Há mais algumas exigências, além do casamento. E espero que o príncipe possa negociá-las comigo. –
- Tais exigências só podem ser negociadas com o Rei Henry, o Rei da França. –
- Sei que tomará uma decisão tão boa quanto o Rei Henry, e já que está aqui representando-o, então me acompanhe até a sala de reuniões. –
- Me deixará sozinho, Francis? – Sinto meu irmão puxar uma de minhas mãos ao perguntar, ele está visivelmente assustado. Ajoelho na frente dele e digo calmamente, na intenção de deixa-lo menos tenso com a situação, é só uma criança e já está passando por tanta coisa...
- Não, é claro que não. Não irei demorar, eu prometo. Deixarei você com os guardas e com as babás da corte, moças que foram selecionadas pela nossa própria mãe. –
- Não quero ficar com eles. – Charles me abraça forte, me apertando forte, consigo até mesmo sentir sua pulsação acelerada.
- Calma, calma... Irei leva-lo lá. –
- Meus guardas podem levá-lo. –
- Não mesmo, eu mesmo levo ele. E depois volto pra negociarmos. – É só o que digo antes de virar de costas pra Elizabeth. Ela não sente absolutamente nada em ver Charles nesse estado, ele deveria estar com a mãe, na França, em sua casa.
- Não precisa ter medo, logo voltaremos pra casa. – Digo enquanto caminho com Charles até a propriedade que há próximo a corte inglesa.
- Mamãe disse que eu não voltaria, e papai também. –
- Essa situação vai mudar, e você voltará para casa. –
- O que vai fazer, Francis? Papai disse que eu faria isso pra salvar a França. –
- Não precisa se preocupar, mas saiba você vai crescer e vai conhecer muitas moças, e depois de se divertir muito com os privilégios de ser um príncipe, aí sim, nossos pais poderão decidir com quem você vai se casar. –
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Meu Príncipe Francis
RomanceApós um ataque inglês e inúmeras solicitações de apoio às nações católicas das quais a Escócia é vizinha, somente o Rei Henry ll da França enviou um de seus exércitos para socorrer a nação da Rainha Mary. Seu filho, o Delfim da França, o príncipe Fr...