Mary Stuart
Fui forçada a deixá-lo naquela noite, os guardas da rebelião não deixaram que nos falassemos mais, mesmo que ele tivesse insistido em ir conosco até o navio, Francis queria ver se estávamos sendo bem tratadas. Mesmo tendo se entregado como refém, ele ainda se preocupa, mas não consigo nem ao menos olhá-lo, sabendo que terei que deixá-lo... - Eu amo você. - Digo somente com o movimentar dos lábios, sem emitir nenhum som, antes de entrar no navio, como se a minha vida estivesse acabando naquele exato momento. A dor é inexplicável, sem palavras para ser descrita. E agora... Encontro-me sozinha.
Já na Corte Francesa...
- Iremos resgatá-lo. - Descemos da carruagem e Catherine diz, sendo que desde que entramos no navio, que não consigo dizer nenhuma palavra. Não consigo ser otimista agora, por mais que essa seja a única forma de tentar lidar com isso.
Todos já sabem do ocorrido, e quando chegamos, todos os nobres, membros da corte, criados, nos olham, mas principalmente pra mim... Eles perderam o Delfim da França, perderam o herdeiro legítimo e sei que estão cochichando a culpa ser minha, como se minha dor já não fosse o suficiente.
Entrando no palácio... cada detalhe deste lugar, me lembra ele. Estava tão distraída em meus pensamentos, que só retomo a atenção quando Catherine diz pra irmos até a sala de reuniões, pra que possamos estabelecer uma estratégia de resgate com o Rei Henry.
- Iremos a guerra contra esses protestantes! Teremos cada aliado católico ao nosso lado, isso foi uma revolta contra cada monarca católico! - O Rei Henry diz quase que aos berros, visivelmente enfurecido.
- Mas... Eles podem matar Francis, de raiva ou por retaliação. Podem querer se vingar de nós, antes que vencemos a guerra. - Prometi a mim mesma, não dizer absolutamente nada, mas Francis arriscou a vida por nós, não deixarei que isso tenha sido em vão.
- Se não fizermos nada, ele morrerá. Podemos lutar, ou contar com a sorte. Eu prefiro lutar, devemos mostrar a nossa força! -
- Francis está lá! Não se importa com o seu filho?! Não se importa se ele vive ou não?! -
- Mary! - Pela primeira vez, Catherine se manifesta. É como se ela não se importasse com as decisões do Rei, e sei que ela deve ter seus próprios planos, mas se Henry for a guerra, nada conseguirá impedir que eles matem Francis. Eles o teriam matado naquela noite mesmo, se não fosse pelo acordo proposto, não podemos quebrar o acordo.
- Eu tenho muitos filhos, Mary. Lamento se perderá o seu marido, mas você também pode arranjar outro, pretendente é o que não vai faltar para uma bela Rainha jovem... - Henry diz, me fazendo ficar enojada com tamanha frieza.
- Você é repugnante! Pois saiba, que nenhum outro homem, consegue se comparar a Francis! - Digo aos gritos, sem me importar em estar falando com um "Rei", se é que ele pode ser chamado assim. É um homem hediondo!
Saio da sala de reuniões, tendo que me apoiar nas paredes ao andar, chorando descontroladamente... Lembrando de seu rosto, dos nossos momentos juntos... De quando nos conhecemos, de quando o vi pela primeira vez... Estar na França sem ele, é um sofrimento constante.
- Mary! - Greer se aproxima em meio ao longo corredor e oferece o braço pra que eu possa me apoiar. - Devo chamar ajuda? Sente dor? -
- Só me leve ao meu quarto, por favor. - Mesmo com o apoio de Greer, tenho dificuldades para andar, é como se todas as minhas forças tivessem esgotado por um momento.
- Majestade! - Estávamos a caminho do quarto, quando vejo Louis, o Príncipe de Condé, ele nos acompanhou no navio que veio da Inglaterra, Francis também pediu por sua vida.
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Meu Príncipe Francis
RomanceApós um ataque inglês e inúmeras solicitações de apoio às nações católicas das quais a Escócia é vizinha, somente o Rei Henry ll da França enviou um de seus exércitos para socorrer a nação da Rainha Mary. Seu filho, o Delfim da França, o príncipe Fr...