Eu Morreria Por Você

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Francis Valois

Tudo aconteceu tão rápido... Amélie já se encontra nua por debaixo dos lençóis. Com os olhos fechados, nossos beijos são uma tentativa inútil de tentar esquecer de toda a pressão que está sendo-me imposta. Mas, enquanto a beijo, penso nela... Porque estou pensando nela?!

Penso em como deve ser o seu gosto, gosto dos seus lábios, qual o aroma de perfume que ela costuma usar e que sua pele deve ser macia... - Mary... - Involuntariamente, chamo por ela, como se ela estivesse aqui comigo agora, como se eu a estivesse tocando, porque é exatamente o que queria estar fazendo.

- Eu, eu tenho que ir. - Saio às pressas de cima de Amélie, não posso mais continuar com isso.

- Alteza... Não me incomodou. Quero dizer... Pode achar que eu sou ela, não tem problema. - A jovem levanta as pressas com o lençol enrolado ao redor de seu corpo, e se aproxima, impedindo que eu coloque a camisa, já que nem ao menos a deixei tirar a minha calça.

- Mas, você não é ela. Não chega nem perto... - Termino de colocar as minhas roupas e saio do quarto sem nem ao menos olhar pra trás. Preciso vê-la, preciso saber exatamente o que tivemos, porque não acredito que tenha sido somente política, não é isso que sinto quando olho pra ela.

Entrando em nossos aposentos...

- Mary... - É óbvio que perdi a noção da hora, já estamos no meio da madrugada e entrei com certa cautela no quarto, com receio de acordá-la, mas quando entro, me deparo com a bela morena sentada na cama, quando cheguei, ela estava deslizando uma das mãos pela barriga, mas quando me vê, afasta as mãos e percebo que seca as lágrimas que havia no rosto. Me dói saber que a deixei assim, que estava com uma interesseira qualquer a alguns minutos atrás.

- Francis... - Ela suspira, mas mesmo assim, me aproximo, ainda sem saber como agir.

- Eu quero me lembrar. - Sentando na beira da cama, ao seu lado, nossos olhares se encontram, e finalmente digo o que não tive coragem de dizer desde que a vi no momento em que acordei do acidente. Me assustou o fato de saber que estava casado, sempre fugi de responsabilidades, sempre fui imprudente, e isso me fez não querer admitir que por mais que eu não me lembre, sinto algo.

Seguro uma das mãos dela, e sem perguntar ou dizer nada, deslizo a mão até sua barriga... - Sempre sonhei com um filho. Não pela política, não me importo com herdeiros, é que... -

- Você sempre quis construir uma família... - Mary diz e quando menos espero, sinto sua mão sobre a minha e a vejo sorrir. Desde que saí da enfermaria, desde que me lembro de tê-la visto, não tinha visto esse sorriso, e agora me arrependo muito de não tê-la feito sorrir anteriormente.

Mary Stuart

- Sua mãe disse, que em breve poderemos sentí-lo se mexer... - Não consigo evitar que meus olhos brilhem de alegria e que lágrimas deslizem pelo meu rosto, mesmo que eu esteja sorrindo. Ele está aqui... Não sei onde estava antes, e sinceramente, não me interessa saber. Esperei tanto por isso, e mesmo que ele não se lembre de tudo, por um momento, é como se nada de ruim tivesse acontecido, não consigo lembrar do acidente ou dos últimos dias torturantes que passei, sem saber se Francis voltaria pra mim.

- Não chora, por favor. Me sinto culpado quando a vejo assim... - Sinto ele secar as minhas lágrimas com a ponta dos dedos em meu rosto, e logo coloco a mão sobre a dele, sem o deixar se afastar, desejando o seu toque.

- Não estou triste, é que... Parece um sonho... Um sonho muito bom... -

Não espero que ele expresse sentimentos de imediato, mas não consigo me conter, sonhei tanto com esse momento. Em poder compartilhar dias da minhas gestação com ele, mas sem a mínima malícia, só a sua companhia já me conforta.

Meu Príncipe FrancisOnde histórias criam vida. Descubra agora