Francis Valois
Cada nobre, cada súdito nos recebe calorosamente desde a fronteira francesa, até chegarmos na corte, de um jeito acolhedor nunca visto antes. É reconfortante estar em casa, mesmo que Elizabeth mereça retaliação por tudo o que fez, não queria ter que sair tão cedo, quero aproveitar cada momento que posso com meu filho, vê-lo crescer...
Não posso deixar Mary novamente, isso não pode nem ser uma opção, não depois de tudo o que ela passou. E ainda tem Condé, cuja o mesmo, serei obrigado a ver diariamente. Caso eu me ausente, sei que ele tentará algo, não posso permitir que aconteça, de novo não. Mary pode recusar, mas ele pode forçar algo, e eu não estarei aqui para protegê-la.
Acenamos para os súditos da carruagem, em uma distância considerável, já que soube em meu tempo na corte inglesa, que Elizabeth possuí espiões na França. Homens traidores que tenho a incumbência de desmascarar, e executar rapidamente. Não sou o rei ainda e sei que meus poderes são limitados, mas não deixarei que nada aconteça ao meu filho, ou minha esposa.
- Ele não conseguia dormir com nenhuma das servas, e até mesmo com minhas damas, sempre precisava colocá-lo pra dormir, pois caso contrário, ele ficava acordado... Mas com você... - Mary diz ao olhar pro nosso James dormindo profundamente ao redor de meus braços, enquanto caminhamos até a entrada do castelo.
- Ele sabe que comigo, está tão seguro quanto quando está nos braços da mãe... - Sorrio ao falar, admirando e sentindo a respiração dele em meus braços. Tão pequeno, tão indefeso. Ele precisa de mim, e nada mais importa agora, nem mesmo a Inglaterra.
Ao entrarmos, somos recebidos por lordes e duques pertencentes ao conselho privado, assim como meus irmãos... Todos foram chamados a França, provavelmente pelo meu pai. Porque não estou surpreso? É óbvio que ele não iria esperar pra seguir com a linha de sucessão, e treinar outro pra ser o Delfim da França.
- Francis! Você voltou! Meu filho! - Minha mãe surge em meio aos meus irmãos, me abraçando forte. Nem imagino o quão difícil deve ter sido pra ela, mas o que fiz, foi por ela também. Jamais deixaria que fizessem mal a minha mãe, independe de qualquer atitude errônea que ela já pode ter cometido.
- Francis! - Claude, minha irmã, se aproxima. Sempre com uma personalidade extrovertida, ela não mudou nada. Ainda é radiante e possuí um dos mais belos sorrisos que já vi.
- Claude. - Abraçando-a, pensando no tempo em que brincávamos juntos. Agora ela já é quase uma mulher, e eu já tenho um filho e esposa. O tempo passa tão rápido, é assustador.
- E esse... É meu sobrinho? Que bebezinho mais lindo. Sem dúvidas, é um Valois. - Claude se aproxima de Mary que segura nosso filho agora, atitude que minha mãe não faz, sendo que não quero lidar com intrigas agora. Não quero ouvir que deveria "trocar de esposa", sei que comentaram isso pela Europa, mas nunca acontecerá, mesmo que minha mãe, provavelmente vá sugerir isso também.
- Francis... - Agora quem se aproxima é meu pai, com uma recepção não tão calorosa, o que já era esperado. Não sei o que ele pretendia, caso eu tivesse realmente me casado com Elizabeth, mas não vejo alegria em seu semblante. Preciso saber exatamente o que ele pretendia, enquanto estive ausente.
- Pai. - Digo friamente, porém, admito que senti falta dele. É um bom governante, preciso admitir, mesmo que seja impiedoso às vezes e mesmo que não seja um bom pai, ainda assim, sou privilegiado em poder aprender com ele.
Mesmo com sua relutância em mostrar uma fagulha de alegria com minha chegada, me aproximo de meu pai e o abraço. Estive longe por muito tempo, e não pretendo continuar a manter a distância entre minha família, mesmo que eles queiram manter. Achei que nunca mais os veria.
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Meu Príncipe Francis
RomanceApós um ataque inglês e inúmeras solicitações de apoio às nações católicas das quais a Escócia é vizinha, somente o Rei Henry ll da França enviou um de seus exércitos para socorrer a nação da Rainha Mary. Seu filho, o Delfim da França, o príncipe Fr...