Rumo a Corte Francesa

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Mary Stuart

- Majestade, sua mãe lhe espera na sala de reuniões. - Candice, uma das servas me diz enquanto saio de uma breve reunião com os conselheiros que me informaram que Dom Carlos deseja vir a Escócia, para que possamos selar a aliança, pra casarmos, porém depois dos ataques ingleses não tenho certeza de que conseguiremos reerguer o país para a visita da comitiva espanhola, sem falar dos levantes protestantes contra essa união, pelo fato de Dom Carlos ser filho de um católico impiedoso, o Rei Filipe.

- Disse que queria me ver... - Digo ao entrar na sala em que minha mãe se encontra. 

- Tive uma ideia que melhorará nossa imagem frente a Espanha, deixando claro que tal aliança vale a pena, realmente e que não dependemos totalmente dela, como se estivéssemos desesperados, já que depois do ataque inglês, isso ficou extremamente evidente. - Minha mãe diz e tento entender, mas não consigo pensar no que faria a Espanha ver que somos uma nação forte.

- Você irá para a França. - Ela diz e eu quase perdi o equilíbrio. - França?! -

- Eles nos socorreram e seria honrado ir agradecer pessoalmente ao Rei Henry, mas além disso poderia marcar o encontro com Dom Carlos na corte francesa, aproveitando-se do fato de que iremos mostrar que temos o apoio francês e os soldados e o príncipe Francis retornarão ao país em dois dias.

Isso só pode ser um pesadelo, Dom Carlos e Francis no mesmo castelo?! Posso ter aparentado me decidir em me afastar dele, mas não pra passar meses em sua corte como se nada tivesse acontecido. 

- Provavelmente Dom Carlos a levará da França até a Espanha, onde irão se casar. - Minha mãe continua a falar e eu não consigo ver isso como uma opção. 

- Não acha melhor que eu vá para a Espanha? - Digo, já que isso facilitaria que eu realmente me dedicasse ao meu marido, e esquecesse que um dia tentei burlar as regras da monarquia.

- Vocês não se conhecem ainda, acho que Dom Carlos deseja um momento com a noiva, um encontro formal antes do grande dia, é compreensível. - Minha mãe parece tal calma ao falar, provavelmente esquecendo dos alertas que me derá dias antes referentes ao príncipe francês. - E a Escócia não pode recebê-lo, nas condições que estamos evidenciaria fraqueza e dependência da Espanha, como se fôssemos uma corda no pescoço. - Minha mãe está certa.

- Então... Irei para a França. - Por fim, acabo concordando. Não há nada o que possa fazer para reverter tal situação.

- Mande arrumar suas malas e informe ao Príncipe Francis que aceitou seu convite. -

- Ele... Ele me convidou?! - Agora fico encabulada, isso tudo foi ideia dele?! Ele sugeriu que meu noivo fosse para sua corte, que nosso primeiro encontro fosse a metros de distância dele... Não posso acreditar nisso!

- A ideia foi minha, Mary. Ele só disse que a corte francesa sempre estará de portas abertas para nos receber. - Estava quase surtando em meio as deduções de porquê ele faria isso, até minha mãe se explicar. 

Francis Valois

Bash e eu cavalgamos sem a companhia de Mary, infelizmente. 

Não consegui me aproximar mais depois que ela pediu que eu me afastasse, é frustrante ter que fazer o certo, como se cada instinto meu dissesse para esquecer tudo, tudo o que impede que fiquemos juntos, mesmo que por uns minutos, mesmo que fosse somente pra que eu perguntasse se ela deseja continuar com a aliança.

- Francis... - Estava retornando aos meus aposentos na corte escocesa quando ouço a voz dela e ouço seus passos ao se aproximar. Suspirando, tento não mostrar a fagulha de alegria que surge nesse exato momento, afinal, eu queria ter ido falar com ela, mas parece não ser mais necessário que eu ouse atravessar a barreira, ela mesma o fez.

Meu Príncipe FrancisOnde histórias criam vida. Descubra agora