Mary Stuart
Francis tem tentado agir normalmente, mas sei o quão incomodado está por termos que ceder a Rainha inglesa, também não queria ter que sair da França agora, deveríamos ir a Paris... Dançariamos a noite inteira e ficaríamos longe da corte e de todas as responsabilidades que nos rodeia diariamente.
- Uma semana, e irei te trazer de volta. - Estávamos nos arrumando pra irmos, e enquanto eu estava colocando os brincos, sinto quando ele se aproxima por trás, e quando deposita um leve beijo em meu pescoço, fecho os olhos, sem conseguir esconder a minha reação por estarmos em frente a um espelho.
- Acha mesmo que eu queria ir? - Digo ainda com os olhos fechados, sentindo seus lábios aveludados, como se ele estivesse beijando cada centímetro do meu corpo.
- Agora você entende o porquê de eu sempre te querer tanto... É porque não sei quando um compromisso desses vai nos separar. - Ele diz, o que me faz abrir os olhos e me virar, ficando frente a frente com o meu marido.
- Nada, nem ninguém pode nos separar, não mais. E não vai ser porque estaremos em solo inglês, que iremos virar puritanos. Já nos casamos... Podemos fazer o que quisermos... Onde quisermos. -
Mordendo seu lábio inferior ao falar, se ele soubesse o quanto eu queria ficar, o quanto queria esquecer tudo isso.
- Não faz isso... Mary... Ou não iremos pra Inglaterra hoje... Porque irei te prender neste quarto o dia inteiro... - Francis diz ofegante, já levando as mãos até a minha cintura, o que me faz sorrir e somente dar-lhe um beijo rápido, pois não podemos continuar, não quero torturá-lo, mesmo que tenha sido satisfatório vê-lo delirar de prazer agora.
- Temos que ir... - Me afasto, com Francis me seguindo com o olhar, é óbvio que se não sairmos deste quarto, não iremos ir para Inglaterra hoje, e por isso, abro a porta de uma vez.
- Catherine? - Ao abrir a porta do quarto, me deparo com minha sogra usando roupas luxuosas para o inverno, sendo que não estamos em época de frio na França.
- Irei com vocês. - Ela diz e no mesmo segundo Francis saí do quarto junto a mim.
- Mãe, não podemos deixar a França, todos nós. Precisa ficar, caso meu pai precise, sabe que ele some volta e meia com alguma prostituta. -
- Seu pai é o Rei, a presença dele é indispensável. Mas, eu devo acompanhá-los, será uma viagem longa e, é a primeira gestação de Mary, vocês nunca lidaram com isso, acha mesmo que é inteligente negar a minha companhia? -
Francis acaba cedendo, mas sei que ele não desejava que Catherine fosse conosco, por provavelmente já ter planejado me deixar sem fôlego dentro da carruagem, porém, teremos que deixar isso pra outra oportunidade.
- Fico muito feliz que vai conosco, pode não parecer, mas ainda me sinto insegura, não sei exatamente o que está acontecendo comigo e com o meu corpo desde que engravidei. - Agora eu e Catherine andamos lado a lado, conversando enquanto nos aproximamos da carruagem.
- Não vim somente pelo bebê, sei que vocês estão com receio em relação a Rainha Inglesa, e sei que precisarão dos mais confiáveis ao lado de vocês. Ela pode não querer ferir você, Mary. Mas, Francis... Ele é a sua garantia de um reinado forte, da construção de um império, e sei que ele se arriscaria por você. Estou indo pra garantir que nada de ruim aconteça a vocês. - Ela diz e fico imóvel, creio que Catherine não tinha a intenção de me assustar, mas foi exatamente o que conseguiu.
- Francis não deve ir... - Digo no mesmo segundo.
- Se você for sozinha, ele irá sozinho atrás de você, sei que Francis nunca a deixaria sozinha, assim como eu também não. Devemos passar por isso, mas não deixarei que passem por isso sozinhos, não aguentaria estar longe nesses dias. -
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Meu Príncipe Francis
RomanceApós um ataque inglês e inúmeras solicitações de apoio às nações católicas das quais a Escócia é vizinha, somente o Rei Henry ll da França enviou um de seus exércitos para socorrer a nação da Rainha Mary. Seu filho, o Delfim da França, o príncipe Fr...