Francis Valois
Mary nem ao menos conseguiu dormir, mesmo com todas as minhas tentativas em acalmá-la, em confortá-la no redor dos meus braços. Minha vontade é de pagar o preço, matando Condé, sem me importar com as consequências, mas não posso. Me sinto tão incapaz para com a minha esposa, que só consigo pensar em uma saída... Preciso fazer com que Condé seja condenado a morte, pelo próprio Vaticano, só assim, a igreja não acreditará em nada que ele disser.
- Quero todas as informações que consiga adquirir. Se Condé tem se correspondido com Antoine, e se ele está mesmo em posse de uma carta mandada recentemente por Condé. - Durante a madrugada, requisito a presença de Narcisse, lorde fiel a Coroa, mesmo que seja extremamente ambicioso, ele já atuou como espião para meu pai diversas vezes, e sempre teve êxito em suas missões. Preciso dele agora, mais do que tudo. Mary não se entregará ao Condé, não permitirei isso.
Mary Stuart
No dia seguinte, durante o desjejum da família real, Condé compareceu, como se nada tivesse acontecido. Nem ao menos consigo olhar pra ele...
- James ainda dorme, nem ao menos ouviu nos sairmos do quarto. - Francis diz, ao se sentar ao meu lado. Sei que ele tem tentado evitar falar no assunto, mas ficar sem falar, não vai adiantar absolutamente nada. A situação não vai mudar.
- Acho que vou ficar com o James... Érrr... Eu não consigo ficar aqui, não dá... - Condé não para de olhar pra nós, como se quisesse me lembrar que não tenho escolha, que serei obrigada a me entregar pra ele.
Quando estava prestes a levantar, sinto Francis segurar uma de minhas mãos, impedindo que eu me afaste... - Francis, por favor. -
Ele não diz uma palavra sequer, e quando menos espero, sinto seus lábios nos meus, iniciando um beijo... Nossas línguas se entrelaçam lentamente, e com os olhos fechados, por um momento, enquanto sinto o seu gosto doce, me esqueço de tudo que tem me feito perder o sono nesses últimos dias.
- Acho que isso é um tanto indiscreto, tem crianças na mesa... - Catherine sussurra pra nós, mas Francis não cessa o beijo, assim como eu também, não tenho a mínima intenção de parar.
Sentindo sua mordida em meu lábio inferior, sorrio em meio ao beijo, já me encontrando sem fôlego, mas ainda sem querer parar.
- Francis, por favor. Isso é derespeitoso. - Catherine diz, só que agora com um tom de voz de total reprovação, o que me faz rir, estamos nos comportando como dois adolescentes, mas é o que somos. Somos governantes, mas somos jovens, e raramente agimos assim.
- Catherine, eles são jovens. Devem aproveitar enquanto podem. - Agora quem se pronuncia é o Rei Henry, o que faz com que os irmãos de Francis comecem a rir, e o que me faz rir um pouco também. Henry não é de se pronunciar, mas ainda bem que o fez.
- Então, também posso aproveitar, pai? - Eu e Francis já tínhamos nos afastado, mas agora é Claude que pergunta pro pai, fazendo a risada em meio ao café da manhã aumentar, nunca imaginei que ela teria a audácia de fazer tal pergunta ao próprio pai.
- Você não. - Henry diz em tom de voz sério, fazendo com que a risada termine.
- Mas... Esse beijo não é nem a metade do que iremos fazer, quando formos pro quarto. - Francis diz em tom de voz suficientemente alto pra que todos na mesa possam ouvir, me fazendo ficar enrubescida no mesmo segundo. Não acredito que ele disse tal coisa, em uma reunião de família. Catherine fica tão encabulada que chega a se levantar, e logo vejo Condé levantar. É claro... Francis fez isso pra provocá-lo.
Nos nossos aposentos, após o desjejum
- Você é inacreditável. Condé está nos ameaçando, está ameaçando meu país e você ainda provoca ele? E se ele pedir mais, Francis?! -
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Meu Príncipe Francis
RomanceApós um ataque inglês e inúmeras solicitações de apoio às nações católicas das quais a Escócia é vizinha, somente o Rei Henry ll da França enviou um de seus exércitos para socorrer a nação da Rainha Mary. Seu filho, o Delfim da França, o príncipe Fr...