16. Erros

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Não pensei que pudesse me sentir tão descartável, quanto estou me sentindo agora

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Não pensei que pudesse me sentir tão descartável, quanto estou me sentindo agora. Mesmo com um turbilhão de pensamentos em minha cabeça, entro no carro extremamente luxuoso e coloco o cinto de segurança, ao passo em que um suspiro escorrega por meus lábios. Estaria mentindo se dissesse que não estou chateada com a atitude do Park. No entanto, eu não posso criar expectativa alguma em relação a ele, já que há algumas horas atrás, Yanna disse que os seus pais decidiram dar um tempo e isso não quer dizer que eles irão se separar no final.

Eu deveria estar feliz por minha amiga, não é mesmo? Já que aparentemente nenhum dos dois irá assinar o bendito divórcio. Yanna sempre demonstrou ser uma garota muito gentil e cuidadosa. Ela não mede esforços para ajudar todos que estão ao seu redor e foi exatamente assim que conheci o seu pai. Eu estava desempregada e desesperada por um emprego para me sustentar, então a Park me ofereceu as duas mãos como apoio, apresentando-me para o seu progenitor, demonstrando mais uma vez, um carinho gigantesco por minha pessoa.

E como agradeço todo o seu afeto por mim? Deitando-me com o seu pai.

Nunca fui a amante de homem nenhum e não pretendo ser, até porque, algo assim está fora de cogitação. Desejo me formar, conseguir um bom emprego e adquirir a minha casa própria. Desde pequena sou muito sonhadora e dedicada em tudo que faço. Não é atoa que consegui uma bolsa de estudos, em uma das melhores faculdades do País, o que exigiu de mim, um enorme esforço. Tenho orgulho da mulher que venho me tornando, batalhando sozinha. Na realidade, os meus avós paternos são os únicos quem me apoiam de verdade. Eles sempre estiveram ao meu lado.

Confesso que depois que meus pais se separaram, deixei de acreditar que o amor realmente existia. Eu era apenas uma garota assustada, vivenciando uma separação perturbadora. Mudei bastante com o tempo, tive que aprender a lidar com inúmeras situações, amadureci. No entanto, ainda continuo sendo a mesma Ariel que sofre calada e que vive todos os momentos, intensamente, como se fossem os últimos da minha vida. Necessito esquecer o que houve entre o Park e eu, só assim poderei seguir a minha vida em paz e de cabeça erguida.

— Senhorita Ross? — A voz do motorista interrompe os meus pensamentos. — Nós chegamos. — Salienta, esboçando um mero sorriso.

Olho para frente, encarando-o através do retrovisor do automóvel. Seus olhos estão fixos em mim e percebo que o carro não está mesmo se movimentando pelas ruas, como há minutos atrás. Estava tão perdida em meus próprios devaneios que não percebi o momento em que Thomas estacionou o veículo. Assinto sem jeito e retiro o cinto de segurança, enquanto o homem faz o trabalho de abrir a porta para que eu saia. Agradeço baixinho pelo o seu cavalheirismo e observo o local em que estamos, me surpreendendo com a linda casa que vejo.

Meus olhos pousam sobre a BMW que tanto conheço e sinto o meu estômago gelar, como se houvesse uma cópia viva do Alasca dentro dele. É estranho. Respiro fundo e despeço-me do motorista, passando a caminhar para dentro do casarão, já que o portão principal se encontra aberto. A cada passo que dou, sinto a minha respiração desregular-se. Eu realmente não me encontro preparada para esse jantar, porém preciso engolir todas as emoções que corrompem a minha mente e em seguida, colocar um sorriso no rosto, mesmo que seja um sorriso falso.

𝐀𝐓𝐑𝐀ÇÃ𝐎 𝐏𝐄𝐑𝐈𝐆𝐎𝐒𝐀, 𝘗𝘢𝘳𝘬 𝘑𝘪𝘮𝘪𝘯Onde histórias criam vida. Descubra agora