Desenrolar de uma paixão.

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                                                              Capítulo Quartoze.

                                                         Desenrolar de uma paixão.

                               Quatro dias depois - Segunda-Feira, 22 de dezembro de 2014.

 Já haviam se passado quatro dias desde que peguei o diário de Nicoletta. Infelizmente, não tinha achado nada. Aquele diário era enorme e muito antigo. Nicoletta era bem mais inteligente do que pensávamos, porquê, pelo jeito, não colocou o lugar onde escondeu o anel nem mesmo em seu diário.

 O Natal estava chegando. Eu sempre amei o Natal, era a minha data favorita. Adorava ver as ruas e a minha casa decoradas, cheias de luzes, enfeites. Tudo tão alegre. Mas esse ano não estou com a mínima vontade de comemorar. Nem eu e nem ninguém. Com a minha mãe sequestrada, com as Feras de Brandon atacando, com o diário, com a procura pelo anel não temos tempo nem ânimo para isso.

 Meu aniversário é dois dias depois do Natal, dia 27 de dezembro, mas também não quero comemorar. E ninguém se lembra, penso. Eles tem coisas mais importântes com o que se preocupar ao invés de ficarem pensando nos seus dezoito anos.

 Suspiro, colocando uma camisa por cima do sutiã e guardando o diário debaixo da minha cama. Preciso urgente de um café (bem forte!). 

 Desço as escadas, indo até a cozinha. Vejo que tem café já pronto na cafeteira. Provavelmente, feito por papai ou Marjorie. Encho uma caneca grande e ando até o escritório de papai. Ele guarda muitos livros lá, livros muito bons. Quando chego no escritório, entro sem bater e me assusto ao ver papai lá dentro, sentado em sua mesa, lendo algo em seu computador. Ele olha para mim assim que eu entro.

- Desculpe. Não quis atrapalhar - ando até a poltrona perto de uma das estantes.

- Não faz mal - fala papai, desviando os olhos do computador. - Eu tinha que dar uma parada mesmo. Já estava ficando com dor de cabeça.

Apenas balanço a cabeça, concordando com ele.

- O que houve, Carrie? Aconteceu alguma coisa?- pergunta ele, preopado com meu silêncio.

Respiro fundo e respondo:

- Estou confusa - digo, simplesmente.

- Ah, Carrie! Você descobriu que tem poderes a pouco tempo e logo foi se afundando em mais descobertas, que parecem inacreditáveis para outras pessoas. E ainda tem o fato de sua mãe ter sido sequestrada por aquelas Feras. Seria estranho se não estivesse confusa, ou assustada.

- Sim, eu sei - balanço a cabeça e aperto ainda mais minha caneca de café, que deixa minha mão morna. - Mas não é disso que estou falando.

- Do que está falando então? - pergunta, parecendo confuso.

Hesito em dizer. Caramba! Não é normal para uma garota - pelo menos, para a maior parte delas - falar sobre essa coisas com o pai. Mas minha mãe não está aqui.

- Eu me sinto diferente, papai - conto. - Não com o fato dos poderes. Não me sinto tão diferente quanto achava que ficaria. Mas me sinto diferente... quando estou com Kyle. 

Papai arregala os olhos surpresos e quando vejo que ele vai dizer algo, o corto.

- Não diga nada, por favor. Deixe-me terminar antes que eu perca a coragem - peço e ele logo concorda. - Desde que o conheci, me sinto segura com ele. Eu olho para ele e sinto meu coração beter mais rápido e um frio na barriga. Tenho que me esforçar para não ficar sorrindo como uma tola toda vez que penso nele - olho para o teto, em busca de mais palavras para descrever. - Quando fui ferida por aquela Fera de Brandon ele cuidou de mim e... quando pedi para que ficasse comigo naquela noite, ele ficou e eu me senti tão segura. Nunca tinha dormido tão bem.

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