Capítulo Quatro.
Família Stroock.
– Tá bom, Kyle. E eu sou a Lucy Hale – revirei os olhos. – Me diz logo a verdade.
Kyle bufou.
– Eu disse, Carietta. Eu sou uma Fera – ele afirmou, desta vez ainda mais sério.
Meu corpo inteiro ficou tenso e eu arfei. Eu conseguia ver em sua voz e em seus olhos que ele estava falando a verdade, que ele não estava fazendo uma piada ou debochando de mim. Mas como era possível?
–Mas isso é impossível – acusei, ainda sem consegui acreditar.
Kyle balança a cabeça, negando. Ele anda até um estante ali perto e tira de lá um livro. Ele abre o mesmo em um página que parecia já estar marcada. Kyle me entrega o livro e eu leio.
“A maldição da Fera.”
Começo a ler o capítulo que é escrito a mão, a folha era amarelada, como se o livro tivesse anos, ou até mesmo séculos. O que leio me deixa ainda mais confusa, assustada e surpresa. Levanto a cabeça e olho diretamente para Kyle.
– Kyle – chamo-o – Você tem vinte anos a quantos anos?
Por um longo momento ele não responde, mas, por fim, diz:
– Há mais de quinhentos anos.
Perco o ar. Fico pasma com a revelação. Eu nunca iria imaginar algo assim, ninguém –que não soubesse da maldição –imaginaria.
– Nasci em 1470, na Bélgica – continuou. – Fui amaldiçoado em 1490, por bruxas.
– Bruxas?
Ele balança a cabeça, afirmativamente.
– Digamos que nossa família era como uma família real. Éramos ricos, respeitados e conhecidos – Heather contou. – Mas isso subiu a cabeça de toda a família, e isso fez com que tratassem mal as pessoas e fossem totalmente egoístas.
– Então as bruxas amaldiçoaram todos – terminou Kyle.
Arregalei os olhos totalmente perdida ali. Eu nunca imaginaria esse tipo de coisa. Nunca fui de acreditar muito em coisas como essas. Eu estava totalmente perdida, não sabia o que pensar, ou o que falar.
–E aonde eu entro nisso tudo? – pergunto, soltando todo o ar que tinha prendido sem perceber.
Heather se levanta e anda até onde estou sentada, sentando-se na mesa ao meu lado.