Capítulo 3

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 A segunda-feira começou agitada para Gizelly, seu café estava muito cheio. Muitos executivos tomavam café da manhã lá e como o feriado de ano novo havia caído no domingo, a segunda estava começando a todo vapor. Ela entrou e cumprimentou alguns frequentadores assíduos e que haviam se tornado conhecidos, depois entrou para sua sala. Rafa já estava lá a esperando.  

  - Bom dia! Como foi de passagem de ano? E parabéns! – sorriu lhe entregando um presente com um cartão.  

- Obrigada.  

- Sei que não é dada a comemorações efusivas. Desejo tudo de melhor nessa vida pra você, muita saúde e sorte, principalmente no amor.  

   

Gizelly que ainda tinha um sorriso no rosto, o desfez em segundos.  

- Nossa! Pela sua cara, sua passagem de ano não deve ter sido nada boa.  

- Não foi de todo ruim, poderia ter sido melhor. E a sua?  

- Maravilhosa! – falou pausando cada sílaba. – Primeiro passamos em casa e depois fomos à praia e ficamos por lá até amanhecer.  

- Que disposição hein? – Gizelly ouvia, mas já ligava o computador.  

- Também dormimos o domingo todo praticamente.  

- Eu também dormi ontem o dia todo, descansei, repassei minha agenda desse ano e agora estou atualizando meus compromissos.  

- Como cheguei mais cedo, fiz isso aqui. Você tem uma festa de um ano essa semana.  

- Sim, eu ia te perguntar. Você havia me falado, só não lembrava a data.  

- É logo na primeira semana, a mãe da criança ligou cedo hoje pra saber dos preparativos. O que vai fazer?  

- Será tudo mini, criança adora essas coisas. Então os salgados serão pequenos e os doces também. Eles não querem nada chique, mas pediram uma quantidade maior. Então será servido salgado de festa e depois de cantar o parabéns, vou fazer um mini churrasco. Preciso saber como está o estoque de carne.  

- Essa semana vou comprar mais.  

- Peça filé bem macio e inteiro, aqui eu oriento o pessoal como quero que cortem. Vou colocar em cumbucas com vinagrete e farofa de alho.  

- E os doces?  

- Ela pediu espetinho de jujuba, vou incrementar isso, porque ta básico demais. Talvez coloque um bombom de fruta na ponta.  

- O que está olhando aí? – Rafa perguntou curiosa, pois Gizelly estava em um site de notícias e havia muitas fotos de cidades alagadas.  

- Minas Gerais está embaixo d’água. E pelo que vejo a cidade onde minha família mora também.  

- Será que estão bem?  

- Não sei, mas não vou me preocupar, afinal, dizem que merda não afunda. – falou com ironia. 

- Deus do céu! Você virou o ano pior do que pensei. – Rafa não sabia se ria ou se brigava com ela.  

- Pra que vou me preocupar com eles? Quando passei dificuldades aqui, eles não quiseram saber como eu estava.  

- Ta bom, mas não precisa ser tão ruim. Não vou te julgar, mas pega leve, o ser humano não precisa retribuir da mesma forma. Ser superior é receber os tapas e devolver em carinhos.  

  Gizelly olhou pra ela com uma cara de interrogação.  

   

- O ditado não é esse, mas é por aí. – Rafa falou. – Vou ligar para o açougue e te retorno. Já volto. 

MEDIDA CERTAOnde histórias criam vida. Descubra agora