Como de costume, Gizelly levantou cedo. Quis ligar para Marcela, mas achou que ia parecer uma adolescente ansiosa. Não sabia se era pra ir logo ou pra ir perto do almoço, então saiu de casa as nove e foi devagar até chegar ao apartamento dela. Anunciou na portaria e sua entrada foi autorizada. Marcela a atendeu enquanto falava ao telefone. Piscou pra ela e fez sinal para que entrasse.
- Eu sei, já falei com eles que se não mudar a modelo a campanha não vai dar certo. Sabe como esse pessoal é né Guilherme? Querem do jeito deles e que dê resultado. Já dei a minha opinião, se não mudarem paciência. Vou fazer com que assinem um termo de compromisso… Sim… não tô ligando se a campanha decolar e eu ficar com cara de tacho. Eu simplesmente acho que não vai dar certo porque a modelo é feia e sem talento. Infelizmente a mídia não perdoa, o comercial ficou amador… Ta bom, amanhã a gente conversa… Sim, se eles não mudarem vai ser veiculado na terça de manhã. Ok, beijos.
Gizelly tinha ido para a varanda, estava distraída olhando a vista. Marcela chegou por trás dela e passou o braço em sua cintura.
- Ei, bom dia. – beijou seus cabelos.
- Desculpa te atrapalhar no telefone.
- Não atrapalhou. Guilherme me ligou preocupado com uma campanha que fizemos de uma marca de lingerie. Não gostei da modelo, os donos insistiram em colocar a filha deles e não ficou legal.
- Ela é feia, pelo que você falou. Perdoe, mas não teve como não ouvir.
- Sem problemas, não é segredo na agência que eu achei ela feia. – riu. – Digamos que ela não segue os padrões e o mercado hoje em dia é cruel. Bom, fiz a minha parte, se não mudarem, vão arcar com o prejuízo.
- E você fala na cara deles que a campanha não vai dar certo?
- Claro! Com jeito né? Preciso dizer, senão eles colocam a culpa na agência. É sempre assim, vêm com a ideia mais banal e quer que a gente faça um milagre.
- Sei como é isso. Já tive cliente que pediu pratos que não combinavam com a época do ano e isso estragou totalmente a festa. No início eu aceitava, tinha pouca experiência com as pessoas. Depois passei a me impor e não acatar todas as ideias dos clientes. Quando dá errado, sempre sobra pra quem fez, não pra quem idealizou.
- Pois é. – Marcela a abraçou mais forte. – Dormiu bem? – mexeu nos cabelos dela.
- Sim, acordei cedo. Não consigo acordar tarde, mesmo cansada eu levanto, faço minhas coisinhas e até durmo de novo depois.
- Eu acordei pouco antes de você chegar. – riu sem graça. – Tomei um banho e quando saía Guilherme me ligou.
- Dorminhoca. – Gizelly se virou e beijou-lhe os lábios.
- Muito, embora não me orgulhe desse defeito.
- Não é defeito, é uma característica. – sorriu.
- Quer sair pra darmos uma volta?
- Está tão calor Marcela! Confesso que se sairmos prefiro ir de carro.
- Ta bom, a gente passeia e depois almoça.
Saíram de carro e rodaram pela cidade, até que resolveram almoçar em Niterói.
- Não conhecia esse restaurante. – Marcela falou olhando em volta.
- É, digamos que eu conheça muitos restaurantes, bistrôs, cafés e lanchonetes. O dono desse lugar já foi meu chefe também. É um dos responsáveis por eu ser quem sou.
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MEDIDA CERTA
FanficGizelly tem seu coração completamente protegido atrás de um parede de puro concreto e aqueles que tentarem se aproximar dele serão friamente desencorajados! Porem Marcela não vai desistir facilmente.. Esta fanfic é uma adaptação, a original é escrit...