Capítulo 32

881 58 68
                                    

Quase cinco da tarde Gizelly acordou com o som da TV e não viu mais Rafa. Olhou para a namorada que dormia com um braço para trás da cabeça e o outro envolvendo sua cintura. Seu rosto estava de lado e a chef pode reparar em seu perfil. O nariz arrebitado era lindo, a boca carnuda e bem delineada, parecia ter sido feita a mão. A sobrancelha grossa bem feita e os cílios compridos, de fato era uma mulher bela. E sua beleza era completada com aquele par de olhos, que toda vez que olhavam pra ela, lhe tiravam o juízo. Sorriu e a beijou delicadamente. Lembrou-se da noite anterior e bem baixinho começou a cantar a música que Marcela tinha colocado pra elas.

- Ainda bem que agora encontrei você, eu realmente não sei o que eu fiz pra merecer, você. Porque ninguém dava nada por mim, quem dava eu não tava a fim, até desacreditei de mim. O meu coração, já estava acostumado, com a solidão. Quem diria que ao meu lado você iria ficar.

Marcela abriu os olhos e sorriu ao vê-la cantando, pegou a mão dela e a beijou.

- Você veio pra ficar. Você que me faz feliz, você que me faz cantar, assim. – sorriu timidamente pra ela. - O meu coração já estava aposentado, sem nenhuma ilusão tinha sido maltratado. Tudo se transformou agora você chegou. Você que me faz feliz, você que me faz cantar, assim. – beijou-a nos lábios, num beijo tão terno que Marcela achou estivesse beijando um anjo.

- Acordou faz tempo, amor?

- Não. Dormi muito hein? Rafa nem está aqui.

- Ficamos conversando um pouco e logo ela se foi, disse que queria dormir também, mas em casa.

- É o nosso soninho da tarde. – riu franzindo o nariz.

- Sei, ela me contou do seu cantinho predileto no escritório. – debochou.

- Aquela linguaruda. Quando almoço lá eu tiro um cochilo no sofá, ele é ótimo.

- Ela disse que talvez volte, enquanto isso que tal me ajudar a arrumar as roupas? Estou esperando me dar um espacinho do guarda-roupa. – fez beicinho.

- Oh amor, esqueci desculpa. Podia ter me falado mais cedo.

- Estou brincando. Acordamos tarde, aliás, nos acordaram. – fez cara feia. – Depois dormimos de novo.

- Vamos então, eu te ajudo.

Marcela tinha levado três malas abarrotadas de roupas e sapatos. Ficou preocupada no que Gizelly iria achar e também como guardaria aquilo tudo. Não pelo espaço, porque o guarda-roupa dela era enorme. O problema era o excesso de organização. Era organizada também, mas nem chegava aos pés da mineira.

- Suas roupas todas estão aqui? – Gizelly olhou as malas abertas.

Marcela não sabia se ela estava surpresa por ser pouco ou muito. Respondeu quase sem graça.

- Não, eu trouxe um pouco de tudo. Roupas que uso no dia a dia e outras de sair a noite, além de roupa de dormir e peças íntimas. Os sapatos estão naquela mala ali.

- Vai dar de sobra no guarda-roupa. E você pode até trazer mais. – sorriu toda satisfeita pra ela.

- Ufa, achei que ia pensar que estava de mudança de vez.

- E não é? – Gizelly ficou séria.

- É amor, mas combinamos que seria tudo aos poucos, certo?

- Tá bom, você e as doses homeopáticas da Rafa.

O closet era muito espaçoso e como era organizado, parecia ainda maior. Ela tinha deixado um lado todo para Marcela colocar as roupas dela.

- Amor, aqui você pode colocar os sapatos. – mostrou algumas prateleiras devidamente forradas embaixo do armário. – Roupa de banho ficam aqui desse lado, junto com as minhas. – quando abriu a porta Marcela viu que todas as toalhas estavam em rolinhos organizadas por cores.

MEDIDA CERTAOnde histórias criam vida. Descubra agora