Capítulo 50

544 55 36
                                    

 

Gizelly percebeu alguém lhe chamando e se virou.

- Oi!

- Gizelly, prazer! Meu nome é Carla, estou no Rio a trabalho e duas amigas indicaram seu café. Elas te conhecem, Verônica e Lucia.

- Ah claro! Encontrei com elas na minha última viagem.

- Adorei o lugar, a comida é maravilhosa, enquanto estiver no Rio virei sempre aqui.

- Obrigada, prometo que não vai se decepcionar.

- Sei que não, mas de todos os dias que vim, é a primeira vez que te vejo. Você fica pouco aqui?

- Mais ou menos, estou com outro buffet em andamento e isso tem me tomado mais tempo. Não fico muito aqui embaixo, às vezes estou no escritório lá em cima ou no buffet Bicalho, que é o mais conhecido.

- O café fica mais lindo quando você está aqui embaixo. – falou com um sorriso de uma cantada barata.

- Também acho. – uma voz firme falou chegando por trás da mulher. – Mas ela insiste em ficar na cozinha. – Marcela falou passando o braço pela cintura de Gizelly.

- Oi meu amor! Não vi que estava aqui. – virou-se para beijá-la e demoradamente, sabia que acalmaria a fera.

- Estava lanchando ali no fundo, te vi entrando e vim te buscar.

- Já estou indo. Amor, essa é Carla, ela é amiga de Vero e Lucy, as meninas que indicaram meu café.

- Foi um prazer Carla, volte sempre.

- Imagina, o prazer é todo meu. Adorei conhecer você, é mais linda ao vivo. – sorriu de novo.

Marcela deu um sorriso amarelo e apertou a mão da mulher com uma força maior do que ela esperava. Queria quebrar os dedos da engraçadinha. Assim que ela saiu que a loira reparou no pulso de Gizelly.

- Sentiu dor de novo? – pegou-o com cuidado.

- É, já marquei um médico, vou ver com mais calma.

- Me fale o dia que vou com você. – pegou suas mãos e as colocou em seu pescoço. – Podemos ir?

- Só depois que me der um beijo e dizer que me ama.

- Te amo. – beijou-a. – Te amo. – outro beijo. – Te amo! – um beijo mais longo dessa vez.

- Agora sim.

Pegou suas coisas e avisou Rafa que estava saindo. No carro ela avisou a Marcela que na próxima semana trabalharia à noite. Como o fim do ano estava próximo elas ficariam cada vez mais atarefadas.

E assim passaram as semanas: Gizelly com quase todos os dias ocupados, principalmente à noite, o que impossibilitou ver Marcela. Chegava de madrugada e ela estava dormindo, lhe dava um beijo de boa noite e deitava ao seu lado. Viam-se rapidamente pela manhã quando saíam para o trabalho. A publicitária estava totalmente envolvida na campanha de natal que fechou com a marca de refrigerante. Mesmo sem tempo, a loira sempre ia ao café e veladamente vigiava o público de Gizelly. Mandava flores e pedia que a deixassem no balcão de atendimento, queria mostrar que ela já estava comprometida. Sabia que era uma atitude infantil, mas não se importava, era sua forma de demonstrar que defendia o que era seu.

- Crise de existência, é isso! – Rafa falou olhando a quantidade de vasos de flores que se acumulavam na sala da chef.

- Ela está com ciúme, mas não tem motivo pra isso, já disse.

MEDIDA CERTAOnde histórias criam vida. Descubra agora