Capítulo 30

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Deixou a bolsa num canto e foi andando, percorrendo o caminho feito com as velas. Tudo tinha um cheirinho muito bom e uma música suave tocava ao fundo. Conseguiu identificar, era “Ainda bem” de Marisa Monte. Sentiu seu peito disparar e quando viu Marcela sentada a esperando com um buquê de rosas, seus olhos se entregaram à emoção.

- Oi. – a voz da loira saiu grave e seus olhos castanhos claros não desgrudaram dos seus castanhos. Ela se levantou e caminhou em direção a sua namorada – Acho que foi isso que imaginou?

- Você é muito mais do que imaginei em minha vida. – riu e chorou ao mesmo tempo.

- Eu falei do cenário. – riu e a beijou.

- Lindo! Está tudo lindo!

- Então já pode me pedir. – sorriu toda satisfeita.

Gizelly estava tão abobalhada que demorou a entender o que tinha que pedir, até que se lembrou.

- Ah sim. Marcela, você quer vir morar comigo e dividir, ou melhor, e somar sua vida com a minha, para sermos um casal muito feliz? – pelo improviso se surpreendeu.

- Respondo sua pergunta com outra. – abriu a caixinha com as alianças. – Quero somar minha vida com a mulher mais linda do mundo e que neste momento olha pra mim com os olhos marejados. Gizelly, por favor, case comigo. – não era uma pergunta e sim um pedido emocionado.

- Caso, meu amor.

Sorriram e se beijaram, choraram juntas e puderam sentir suas lágrimas durante o beijo. Marcela apertou Gizelly contra seu corpo, sentiu total entrega dela, mas naquele instante não queria passar do beijo, tinham uma noite inteira pela frente. Suas bocas se separam com muito custo.

- Trouxe flores pra você. É clichê, mas eu sei que gosta.

- Eu adoro.

- E já deixei um vaso estrategicamente com água, ali naquele cantinho. – riu.

Gizelly cheirou as flores e colocou no vaso que Marcela mostrou. Trocaram as alianças, mas deixaram a de compromisso no dedão.

- Até que não ficou ruim. – Marcela falou. – E ainda disfarça a outra.

Gizelly sentiu que o último comentário foi pra ela, por conta de não assumir publicamente o relacionamento.

- Ainda vou aprender a lidar com nosso relacionamento. – falou meio sem graça.

- Que isso, amor? Não falei pra você, falei porque sei da sua preocupação. Tudo no seu tempo. – beijou a boca dela e depois a testa.

- Encomendei o jantar do melhor Buffet do Rio de Janeiro.

- Ah é?

- Um tal de Buffet Bicalho – falou com descaso, fazendo a mais nova rir.

- Eu bem vi um jantar saindo de lá, mas nem perguntei pra quem era. Passei no mercado e comprei algumas coisas para o final de semana. Prepare-se, pois vai ser paparicada.

- Hum, que coisa boa. – Marcela fechou os olhos.

Durante o jantar conversaram sobre a semana e sobre morar juntas.

- Tem alguma coisa que preciso saber? Tipo abaixar a tampa do vaso, não apertar o tubo de pasta de dente no meio, não deixar calcinha na torneira do chuveiro e nada de toalhas molhadas na cama? – riu.

- Isso tudo aí mais algumas coisas: nada de cabelo no ralo do banheiro, levar o lixo pra fora todos os dias, sujou limpe, abriu feche, desarrumou, arrume.

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