Capítulo 10

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Toda vez que se encontravam era a mesma coisa, conversavam, riam, assistiam filme, namoravam e quando as carícias aumentavam, a chef dava pra trás. Marcela nunca tinha tomado tantos banhos frios em sequência. Gizelly resistia porque no fundo não queria parecer oferecida e um mês de namoro se foi e nada de rolar algo mais íntimo entre elas. Resistir às carícias ficava cada vez mais difícil. Porque ambas queriam e seus corpos pediam por isso.  

   

- Eu quero saber por que você não deu pra ela ainda? – Rafa perguntava incrédula. – Achei que já tinha acontecido há tempos.  

- Que linguajar é esse? Sai você daqui e devolva minha amiga!  

- Pelo amor de Deus Gizelly! O que você está esperando?!  

- Não sei!  

- Talvez um cavalo branco ou uma égua amarela. – brincou. – Se ela chegar empunhando uma espada e vestida em trajes de couro você resolve o dilema?  

- Do que está falando? – a chef ficou confusa.  

- Qual o seu problema?  

- Já disse que não sei! Não sei se está na hora, fico com medo de acontecer e ela não gostar. Ao mesmo tempo em que tenho medo de demorar e ela desistir.  

- Ta parecendo uma virgem falando. Não precisa disso amiga, tenho certeza que ela vai gostar. Tem dias que você chega aqui com as bochechas vermelhas, sai do carro dela até zureta. Pensa que não sei o que acontece lá?  

- Ela nem disse que me ama, como posso confiar?  

- Ah sim, porque você já disse mil vezes, não é?  

- Eu não disse, ela quem correu atrás, deveria dizer primeiro.  

- Não ouvi uma coisa dessas. – Rafa revirou os olhos. – Não seja infantil, nem caipira e nem santinha. Pare de esperar o momento certo, isso é coisa de contos de fadas. Faça porque vocês se gostam e vai ser especial. – segurou as mãos dela. – Entenda que não é o lugar e sim a pessoa.  

   

Para Gizelly na teoria as coisas funcionavam, mas na prática era complicado. Queria muito fazer amor com Marcela e sabia que ela queria também, mas tinha medo de se entregar. No fundo achava que precisava de alguma prova do sentimento dela e era cedo demais pra pedir isso.  

   

As semanas foram passando, as duas se viam sempre, namoravam e pareciam ser o casal perfeito, só não rolava sexo. Com o tempo Gizelly se tornou mais maleável e até demonstrava mais carinho com a namorada. Certa vez, na casa da publicitária, enquanto Marcela trabalhava no computador a chef foi para a cozinha preparar alguma coisa pra ela. Fazia horas que estava sentada montando uma campanha publicitária e nem se lembrava de comer. Gizelly fez um rostie de macarrão. Chegou ao pequeno escritório que ela tinha em casa, entrou e ela nem viu, tamanha sua concentração. Puxou a cadeira e sentou ao seu lado.  

   

- Nossa que cheirinho… – olhou para Gizelly. - Bom!  

- Fiz pra você, está há horas aí sem comer, aposto.  

- Nem tanto, nem tem uma hora que to aqui.  

- Mentira! Eu cheguei faz mais de uma hora. – esticou a mão com o garfo para dar na boca dela. – Come e continue trabalhando. Assim você termina logo.  

   

Marcela adorou o tratamento, sentiu espontaneidade em Gizelly, o que era raro. Não que a chef não fosse, mas seu jeito desconfiado a impedia de relaxar muitas vezes. Foi comendo devagar propositalmente, só para ter aquela mordomia por mais tempo. Quando acabou ganhou um longo beijo e continuou a trabalhar.  

MEDIDA CERTAOnde histórias criam vida. Descubra agora