Capítulo 8

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No sábado de manhã, ambas estavam na expectativa. Marcela queria ir logo pra casa de Gizelly, mas achou ridículo chegar muito cedo, seria bandeira demais. Já a chef andava de um lado pra outro pensando no que preparar para a sua convidada. Como gostava de peixe, resolveu seguir a intuição. Por fim cozinhar a distraiu e quando temperava o linguado o interfone tocou. Foi correndo atender.

- Entrega de uma garrafa de vinho.

- Opa, é aqui mesmo. - abriu se sentindo animada.

Marcela entrou e logo ela a recebeu na porta com um sorriso.

- Bom dia.

- Cheguei muito cedo? - vinha com capacete em uma das mãos e uma pequena mochila nas costas.

- Não, chegou na hora. Estava temperando seu almoço, aliás, nosso.

A loira gostou de ouvir aquilo.

- Quer esperar na sala ou ir pra cozinha comigo?

- Ah, prefiro vê-la cozinhar.

- Está animada pra andar de moto hein?

- Adoro andar de moto, um dia eu pego a estrada e vou pro sul.

- Nossa que longe! - Gizelly brincou.

Seguiram pra cozinha e Gizelly preparou a frigideira pra dourar o peixe.

- Vai dar uma fumacinha, mas não assusta. - jogou as postas de peixe e depois o azeite e um molho que Marcela não soube dizer o que era.

- Gosto de dourar porque fica crocante por fora e macio por dentro.

- Que peixe é?

- Calma, me deixa terminar.

Pacientemente a publicitária esperou com os olhos atentos aos movimentos de Gizelly. Ela foi colocando o peixe e por cima um molho. Depois fez uma salada bem rapidinha e serviu com arroz simples.

- O arroz é opcional, não precisa comer se não quiser.

- Estou com fome, vou comer tudo. - riu.

- Essa é minha tática, deixar os convidados com fome pra impressionar na hora de servir. Se ficar bom ou não, eles vão gostar do mesmo jeito.

- Você não precisa disso. O que vamos comer?

- Linguado com molho de limão e cogumelos.

- Hum. - Marcela fez uma cara de cobiça pra cima dos pratos.

- Eu gosto de peixe, então arrisquei.

Serviram-se e almoçaram batendo papo. Era disso que Marcela sentia falta e só podia ficar grata. Não era só a presença de Gizelly, mas a delicadeza em chamá-la pra almoçar.

- Se pudesse, faria isso todos os dias. - a loira falou mais pra si mesma.

- O que disse?

- Pensei alto, mas posso repetir. Se pudesse faria isso todos os dias da minha vidinha. - falou franzindo o nariz.

MEDIDA CERTAOnde histórias criam vida. Descubra agora