Dias de hoje...
— Vovó, que merda você está fazendo? — Enquanto pegava as duas malas gigantescas, a enorme bolsa Coach rosa e o que mais parecia um animal morto que por vezes andava pendurado na cabeça da avó, Clarke praguejava mais uma vez.
— Olhe a língua, Clarke! — Vovó Indra ergueu os ombros e a empurrou, abrindo caminho até o guichê de passagens.
Ah, não. Não mesmo. Pelo amor de Deus, não! Clarke olhou ao redor à procura de Niylah, sua última conquista amorosa, que a acompanhara na festa de noivado de sua irmã, Octavia.
— Sim, preciso de uma passagem só de ida — anunciou vovó em voz alta, dirigindo-se à atendente da companhia aérea Alaska Airlines. Clarke assistia à cena com um misto de horror e pânico enquanto a avó comprava um assento no mesmo voo dela. Tomara que o cartão seja recusado. Tomara. Tomara.
— Aqui está — disse a atendente maligna ao entregar o cartão de embarque e sorrir. Clarke a encarou, irritada. Depois encarou a avó.
— Não. — Ela balançou a cabeça quando vovó Indra se aproximou, risonha. — Você não vai — sustentou Clarke. E cruzou os braços, firme.
— Vou, sim. — Vovó sacudiu o cartão de embarque bem na cara dela e sorriu. — Agora pegue as minhas malas.
— Mas...
— Clarkey? — Niylah foi até ela, quase desfilando. Vestindo uma saia do tamanho que não deveria ser permitido em lugares públicos, especialmente em aeroportos, ela ajeitou o penteado e parou ao seu lado. O cabelo tingido de loiro se mantinha no lugar com o uso de ao menos duas latas de spray fixador e, a julgar por sua incapacidade de andar em linha reta, Niylah ainda trazia a embriaguez da noite anterior.
Vovó abriu um sorriso.
— Que maravilha! Parece que sua vagabunda chegou.
Clarke grunhiu e cobriu o rosto com as mãos. Não tinha como sair dessa. Sua avó acabaria fazendo com que ela levasse um tiro.
Terra da vingança, aqui vou eu.
— O que você disse? — Niylah colocou as mãos na cintura e balançou a cabeça para vovó de um jeito estranho, quase caindo dos saltos. Ah, aquilo não era bom! Não era nada bom.
Vovó deu um tapinha simpático no braço da jovem.
— Queridinha, sou eu que preciso de aparelho auditivo, não você. Acabei de chamá-la de vagabunda. Quer que eu soletre? — A velha senhora cutucou Clarke. — De onde saiu essa? Da feira de degustação de Cachaça? — Então, vovó começou a soletrar a plenos pulmões: — V-A-G-A-B-U-N-D-A.
Ela estava mesmo soletrando “vagabunda” em um aeroporto internacional? E ainda por cima para a namorada dela? Ou melhor, caso? O que Niylah era, afinal?
Droga, nem sabia o sobrenome dela!
O que devia ser um mau sinal.
— Pois saiba que...
— Clarke, estou com fome. Me leve para comer. — Vovó enlaçou o braço no dela e começou a puxá-la em direção aos seguranças com mais força do que deveria ter uma mulher de 86 anos.
— Mas e eu? — Atrás das duas, Niylah fez beicinho.
Vovó parou de andar e se virou.
— Queridinha, tenho certeza de que você é capaz de encontrar outra excelente distração até a hora do voo. Esta aqui já tem dona.
Niylah bufou.
— Não achei que seu gosto fosse tão duvidoso — disse para Clarke.
Ela abriu a boca para explicar “Essa é a minha avó”. Porém, antes que tivesse tempo de falar, a avó lhe deu um grande beijo na bochecha e beliscou seu traseiro.
— Ah, queridinha! Você nem imagina do que essa aqui gosta! — E deu uma piscadela.
Deus do céu! Vovó tinha acabado de piscar e sugerir que Clarke era sua... ela nem conseguia concluir o pensamento. Horrorizada, viu os olhos de Niylah se arregalarem. Abriu a boca para responder, mas a avó lhe deu um tapa na bunda que a empurrou na direção contrária.
Seu carma estava finalmente acertando as contas. E na forma de uma mulher de 86 anos com batom nos dentes. Mas que merda!
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E que os jogos comecem... 😉
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The challenge. (Clexa G!P )
RomanceComo vai? Quer dizer, faz tanto tempo!" Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela. Clarke Griffin é rica demais, bonita demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, fizeram Lexa Woods v...