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Clarke andava de um lado para outro em frente à porta. Lexa enviara uma mensagem de texto dizendo que a encontraria por volta do meio-dia. Já era meio-dia e cinco. Onde ela estava? Ela precisava encontrar um jeito de recuperar o emprego e a dignidade, preferencialmente não nessa ordem.

A manhã começara quase normal: vovó fizera a maldita ioga e depois exigira que ela a deixasse no clube de cartas. Mas mesmo quando vovó pedia uma coisa, nunca era apenas uma coisa. Não, ela sempre queria algo mais, não explicava o motivo e ainda olhava como se a pessoa que perguntasse o porquê de ter de fazer tal coisa fosse idiota.

Era como se Clarke tivesse voltado a ser criança, como daquela vez que vovó a flagrara roubando M&M's da loja de conveniência e então lhe comprara um saco de dois quilos e a fizera se sentar e comer tudo ali, na frente dela.

Ela lhe explicara que aquilo faria com que ela nunca mais pegasse nada que não fosse dela. Porque, se ela a pegasse furtando, Clarke teria que engolir o objeto ou usá-lo pela casa.

No ensino médio, acontecera de novo, mas com cerveja. Ela então comprara um engradado e a mandara virar tudo, até que ela passasse mal. Clarke tomou três antes de vomitar. Naturalmente, vovó bebera as que restaram.

Bastava dizer que era sempre mais inteligente concordar com ela que testar a sorte. Então ela a levava de carro pela cidade, bancando a boa neta, e pedia a Deus que ela finalmente a contratasse de volta, para que pudesse parar de bancar a motorista e cerimonialista.

Deus, enlouqueceria enquanto esperava por aquela maldita garota irritante!

A campainha tocou.

E correu para atender. Então parou e respirou fundo algumas vezes. Sim, definitivamente estava ficando louca. Estava agindo como se aquilo fosse um primeiro encontro, ou coisa parecida. Era Lexa! A Lexa caramba! Precisou repetir o nome várias vezes em voz alta antes de conseguir abrir a porta.

O sorriso que ela deu fez seu mau humor desaparecer, e, de repente, lembrou por que se mantinha distante de garotas como ela.

Elas traziam problemas.

Prometiam prazer, mas, no final das contas, queriam compromisso. E isso faria qualquer pessoa fugir, ainda mais alguém como Clarke. Ela não merecia nem mesmo qualquer coisa parecida com aquilo. Até mesmo ela não era babaca o suficiente para não perceber que uma garota como Lexa... Bem, ela merecia uma das boas.

Não eu. Definitivamente, não eu.

Os olhos dela brilharam quando ela sorriu.

Droga. Teria que parar de flertar com ela. Ela iria entender errado, e eu ficaria maluca se tivesse que passar a semana do casamento se perguntando se ela estava só esperando a hora certa para me esfaqueár

- Entre. - abriu mais a porta e fez um esforço para não olhar para a sua bunda enquanto Lexa passava com os saltos estalando no chão de mármore. Ela claramente viera do trabalho. Estava usando uma saia-lápis apertada, blusa branca e sapatos vermelhos.

Péssima escolha.

Porque agora estava pensando em vovó e naquela história idiota do aeroporto, e...

- Clork? - A voz suave a trouxe de volta ao presente. - Ouviu o que eu disse?

- Não. - deu uma risada, constrangida. - Eu estava, hã... admirando seus sapatos.

- Meus sapatos? - Ela ergueu as sobrancelhas, divertida. - Tem fetiche por salto alto?

- Em você? - assentiu com a cabeça. - Acho que devo ter.

The challenge. (Clexa G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora