- Ela tem muito tempo livre - comentou Clarke, enquanto entravam na cozinha. Lexa não precisava de vinho, ainda estava tonta com aquelas horas na cama. Precisava de comida isso sim.
- Vovó não tem culpa se o passatempo dela é justamente as netas. - Lexa encontrou as taças e trouxe duas para o balcão no meio da cozinha enorme e luxuosa.
Clarke pegou uma garrafa de vinho tinto e serviu as duas.
- Ei - ela mordeu o lábio inferior - que tal a gente ir para a casa da árvore? Quero lhe mostrar uma coisa.
- Nossa que garanhona! Aposto que dizia isso a todas no colégio.
Clarke revirou os olhos.
- Só pegue sua taça. Vamos lá.
Ela a seguiu meio boba de felicidade até a noite fria. Era ridículo, mas sua forma de ver a vida tinha mudado. Talvez fosse porque finalmente estava com a mulher que sempre quis.
E casada, para ser mais precisa.
Não apenas saindo com ela.
Haviam invertido o processo? Sem problema.
- Vamos. - Clarke pegou a taça das mãos dela e a colocou no chão da casa da árvore enquanto a ajudava a subir.
Quando estavam no pequeno cômodo, Clarke acendeu uma vela e soprou o fósforo.
- Pronta para a surpresa?
- Depende. - Lexa tomou um gole de vinho. - Você vai me contar uma história de terror ou está mesmo planejando uma surpresa?
- Pronta ou não? - Ela se inclinou para a frente e beijou sua boca com vontade.
- Pronta. - Ah, corpo traidor!
- Feche os olhos.
Ela fez biquinho.
- Feche!
- Está bem! - fechou os olhos e ouviu alguma coisa ser revirada. Parecia que ela estava segurando um embrulho ou uma sacola.
- Abra a boca.
- Não sei se quero fazer isso não - respondeu.
- Confie em mim - sussurrou Clarke.
E como dissera que a amava finalmente confiava nela, a obedeceu abrindo a boca.
A primeira coisa que sentiu foi o gosto doce do creme. Abriu os olhos.
- Um Twinkie! - Rindo, ela pegou o bolinho com as mãos. - Por que você guarda Twinkies aqui em cima?
Clarke pareceu corar. Ela mordeu o lábio inferior e se sentou ao lado dela.
- E agora é hora da história...
Ela encostou a cabeça no ombro de Clarke.
- Era uma vez uma garota loira que conheceu outra garota morena. Ela a ofendeu por tê-la encarado, então a garota deu um soco na cara dela. - Lexa riu, e Clarke continuou: - Então, um dia a garota deu a ela um Twinkie. Parece que no primário, comida é considerada uma oferta de paz. A garota loira não teve coragem de dizer à bela garota que não gostava de Twinkies, então os guardou. Cada vez que ela lhe dava um bolinho, ela corria para casa e o escondia na casa da árvore.
Os olhos de Lexa se encheram de lágrimas.
- Como um esquilo?
- Como um esquilo idiota. - Clarke riu. - Até que um dia, acabaram os Twinkies. Você sabe, às vezes as garotas crescem e viram umas idiotas. Pensam que como os peitos cresceram, de repente não precisam mais das garotas com Twinkies. Pensam que deviam ter muitas garotas, não apenas uma. E aí estragam tudo... - Ela se virou para Lexa e engoliu em seco. - Estraguei as coisas com você tantas vezes... Eu era tão apaixonada por você no ensino fundamental, e de repente foi como se nós duas tivéssemos parado de tentar. Foi a primeira vez que fui embora, meu primeiro erro.
Lexa piscou para conter as lágrimas.
- E qual foi o segundo?
- Abandonar você outra vez, na noite em que fui egoísta e a usei para me sentir melhor comigo mesma. - Clarke suspirou. - E o terceiro e último erro na minha história trágica...
- Qual foi?
- Não beijar você no instante em que a vi outra vez, não pedir desculpas por ter lhe deixado... por ter lhe abandonado, mesmo que lá no fundo eu soubesse que era você, que sempre foi você Lexa.
Ela limpou algumas lágrimas que escorriam pelo rosto.
- Mas e Raven? Quer dizer, você e ela foram..
- Não era assim, nunca foi. - Clarke sacudiu a cabeça. - Nunca. - Ela ficou séria e virou o queixo de Lexa na direção de seus lábios. - Isto é indescritível.
- Ah.
- Uau! Depois de tudo isso você só responde "ah"?
Lexa sorriu e apoiou a cabeça no ombro dela outra vez.
- Bem, estou um pouco cansada depois de toda aquela mímica.
- Que pena. - Clarke deu uma risadinha. - Tinha mais alguns truques na manga.
- Claro que tinha bonitona!
Ouviram um barulho no chão perto da casa da árvore. Gesticulando para que Lexa ficasse quieta, Clarke olhou por cima da cerca e viu vovó atravessando o gramado até a casa do vizinho.
- O que ela está fazendo? - sussurrou Lexa.
- Parece que está indo para um... joguinho da madrugada - sugeriu Clarke.
- Com?
- O vizinho. Um velho maluco que só usa camisas havaianas e belisca a bunda da vovó durante os jantares em família. Ele a ama. É obcecado. Planeja suas manhãs de acordo com as caminhadas da vovó.
- Uau, quanta dedicação!
- Com certeza ela está fazendo alguma coisa certa.
Lexa deu risada.
- Ela é uma Griffin.
- Bem lembrado. - Umedecendo os lábios, a puxou para outro beijo. - Eu não a beijei sabia? Não queria. Nunca quis.
- Quem?
- Ontari.
- Ah, ela. - Lexa bufou. - Minha inimiga da escola e típica menina malvada. Eu sei. Deixa pra lá. Juro que eu tinha esquecido, até que vi aquelas garras de acrílico perfurando seus peitos.
- Aquilo dói. - Clarke riu. - Pra caramba. E não é uma dor boa. É uma dor que faz as pessoas se afastarem devagar, para não serem devorados.
As luzes da varanda da casa do sr. Casbon se acenderam, e com uma risadinha estridente, Vovó foi puxada lá para dentro.
- Bem. - Clarke estendeu a mão para ela. - Sabe o que isso significa.
Lexa aceitou a mão dela.
- Podemos voltar para a cama?
Gemendo, ela a puxou para seus braços e a beijou.
- Sem ter que nos preocupar com vovó abrindo a porta.
Mordendo o lábio inferior Lexa virou a cabeça para o lado.
- Acho que vi chantilly na geladeira.
- Sério? Vamos! - Rindo Clarke a ajudou a descer a escada e voltaram correndo para a casa. Já na cozinha, Clarke encontrou as frutas e o chantilly e Lexa pegou o vinho. E subiram as escadas, dois degraus por vez, mas congelaram ao ouvir um rosnado baixo.
- Merda!
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Olá bolinhos!! Espero que tenham gostado do capítulo. Logo sai o próximo.bjinhossss
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The challenge. (Clexa G!P )
RomanceComo vai? Quer dizer, faz tanto tempo!" Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela. Clarke Griffin é rica demais, bonita demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, fizeram Lexa Woods v...