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Estava tudo bem.

Tudo bem, tudo bem demais.

Tinha “tudo bem” de mais naquela frase. Sim, Clarke estava se saindo muito bem em se convencer de que ficar no mesmo quarto de Lexa não a mataria. Seria como no acampamento da escola. Só que, desta vez, enquanto a garota estivesse dormindo bem longe dela, Clarke saberia exatamente o que estaria perdendo.

Passou a mão pelos cabelos e tentou se concentrar em sua tarefa: encontrar roupas para Lexa. Bem, ficar sem roupas também era sempre uma opção... Ela sorriu, então se lembrou da ameaça que ela fizera e continuou a procurar.

Ao abrir a porta de cima do armário, encontrou algumas cuecas e uma camiseta da época do ensino médio. Iriam servir.

Quando subiu as escadas até a suíte, estava quase convencida de que aquilo não seria nada de mais. Quase.

Lexa já estava na cama, com as pernas cruzadas e os braços atrás da cabeça, o que destacava os seios no vestido de um jeito tão atordoante que Clarke precisou fechar os olhos por um segundo. Ela retirava o que tinha dito: não seria nem um pouco como no acampamento, nem um pouco mesmo.

— Encontrei roupas para você. — E as jogou na cara dela. Bem, talvez fosse um pouco como no acampamento, já que ela continuava a irritar as garotas de quem gostava. Onde é que estava o seu charme? Tinha desaparecido, pelo visto.

— Obrigada — murmurou Lexa, tirando as roupas da cara. — Ei, eu me lembro desta camiseta. — Ela riu e a segurou na frente do peito. — Mulher do ano, é?

Clarke coçou a cabeça e desviou o olhar.

— É, bem, foi há muito tempo. — Ela tinha sido eleita Mulher do Ano no ensino médio, o que, para uma adolescente cheia de hormônios, basicamente significava que ela era algum tipo de deusa do sexo enviada à Terra para dar atenção a todas as mulheres das redondezas. Amava aquela blusa. Toda vez que a usava... Bem, basta dizer que, sempre que isso acontecia, chegava atrasada à aula.

— Eu odiava essa blusa. — Lexa a colocou na cama e suspirou.

— Odiava? — Clarke se sentou ao seu lado e pegou a blusa. Nossa, ela já tinha sido assim tão pequena? Na época, achava que tinha o corpo esculpido como o de uma deusa grega. Patética. Hoje em dia, a camiseta nem mesmo caberia.

— Odiava. — Lexa se apoiou nos braços. — Achava idiotice as pessoas votarem em uma coisa tão besta e as garotas levarem aquilo tão a sério. Tipo: “Ai meu Deus! Viu  Clarke Griffin hoje? Ela é tão sexy, e está com aquela camiseta. Você sabe o que isso significa!”

— Droga, como você sabia?

— Todo o mundo sabia. — Lexa riu. — Quando você usava esta blusa, era porque estava pronta para algumas... atividades extracurriculares atrás do estádio. As garotas iam para os armários, passavam batom, encurtavam um pouco as saias e esperavam que você as escolhesse. Então, sim, eu odiava essa blusa. — Ela suspirou. — E não é que as coisas tenham mudado muito. Agora, ao menos você consegue escolher sem precisar da camiseta, né?

Ela não soube o que responder. Será que devia concordar? Ou apenas mentir, na cara de pau? Porque, tecnicamente (e infelizmente, também), ela estava certa.

— Enfim... Preciso trocar de roupa. — Ela a encarou com uma expressão significativa.

Ela não se moveu.

— Então... — Ela gesticulou para a porta.

Clarke deu de ombros.

— Posso fechar os olhos, se você quiser ser tão puritana, mas, antes, deixe que eu justifique rapidamente minhas ações...

The challenge. (Clexa G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora