LEXA
— Preciso de uma bebida — anunciou Lexa quando chegaram ao apartamento que dividiam em Queen Anne Hill. — Melhor dizendo, preciso de umas dez bebidas e um sedativo.
— Ah, qual o problema Lex? — Lauren abriu a garrafa de vinho e pegou duas taças. — Você foi presa com algemas de plástico e obrigada a ficar sentada ao lado de uma garota muito linda. Sério, existem coisas piores no mundo.
— Como sofrer um choque anafilático e sua avó enfiar uma seringa bem perto das suas partes íntimas? — Lexa deu uma risadinha e tomou um golinho do merlot. — Essa parte foi legal.
— É, bem, vamos torcer para que vovó tenha uma boa pontaria e Clarke ainda seja capaz de gerar filhos, depois dessa pequena aventura. Como foi que eu consegui dormir enquanto tudo isso acontecia?
Lexa deu de ombros.
— Não faço ideia. De qualquer forma, fico feliz que tenha acabado.
— Sei. — Lauren bufou, irônica. — E eu não fico perseguindo o Damon Salvatore, daquela série Vampire Diaries, no Twitter.
— Esse nem é o nome dele de verdade, Laur.
— Não acabe com meu sonho, Lex.
Lexa suspirou e se apoiou na mesa.
— Eu estava lidando tão bem com o reencontro com Clarke, sabe? Sem lembranças daquela noite louca que passamos juntas. Sem pensamentos impuros, sentimentos, ou...
Lauren ergueu uma sobrancelha.
— Ah, por favor, continue! Estava começando a ficar bom.
— Não foi bom. Foi horrível.
Com um sorriso sarcástico, Lauren tomou seu vinho de um só gole.
— Foi o que você disse. Um milhão de vezes.
— Será que a gente poderia... — Lexa sacudiu as mãos no ar —... deixar isso pra lá? Nem devo vê-la outra vez... — Bem, era provável que ela fosse ao casamento de Raven, mas não importava. Dificilmente Clarke conseguiria prestar atenção em outras coisas, bêbada de uísque e com as mulheres se jogando em cima dela. Como se ela fosse se desvencilhar de todas as vagabundas por tempo suficiente para infernizar a vida dela! Clarke não seria um problema, porque ela não deixaria que isso acontecesse. E daí se as duas fossem ao casamento? Bastaria evitar a qualquer custo a presença dela. Se fosse preciso, ela até a deixaria dopada. Não permitiria que ela se aproximasse, de jeito nenhum.
— É melhor torcer para que isso seja verdade, porque na próxima vez não vou me preocupar com a vovó, e sim com você.
— Por favor, ela é o oposto de sexy.
— Cuidado aí, Pinóquio! Esse seu nariz enorme vai acabar impedindo que você beba nesta taça. — Dito isto, Lauren saiu da cozinha.
Ah, por favor! Até parece que Clarke tem alguma importância! E daí que ela era atraente? Clarke sabia disso, e o problema era justamente esse. Ela sempre soube. Era uma idiota egoísta, e Lexa não iria se apaixonar por ela outra vez. Não deixaria que isso acontecesse, porque essa história sempre terminava mal: com um pote de sorvete de chocolate, uma garrafa de vinho e The 100 no Netflix.
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CLARKE
Aquela loucura precisava acabar. Vovó estava hospedada em sua casa havia apenas um dia — um dia! — e, nessas 24 horas, tinha deixado sua vida tão fora do eixo, que era capaz de na próxima sexta-feira ela já estar em um hospício.
A avó o acordou às duas da manhã.
O motivo? Pensou ter visto uma aranha-de-costas-vermelhas. Sim. Uma aranha que, de acordo com as buscas que ela fez na internet, só existia na Austrália. Quando Clarke lhe revelou aquela pequena informação, a avó, em resposta, gritou que estivera na Austrália alguns meses antes e que uma das aranhas podia ter entrado em sua mala e posto ovos.
A culpa, na verdade, era de Clarke, que tentou argumentar. A pergunta que ela fez foi simples: por que motivo uma aranha escolheria justamente a mala da avó? De todas as malas do mundo, a dela teria sido a premiada? Isso não seria muito provável...
A resposta? Porque a mala é brilhante, e todos sabem que as aranhas gostam de coisas brilhantes. Depois disso, a avó enfiou uma lanterna na cara dela e a obrigou a revirar a casa inteira atrás da tal aranha.
Lá pelas quatro da manhã, Clarke estava prestes a arrancar as próprias orelhas. Aparentemente, vovó roncava um pouco (como um trator).
Às seis da manhã, ficou ainda pior. Vovó praticava ioga. E teve a oportunidade de descobrir isso em primeira mão quando ela colocou o DVD de videoaulas em um volume ensurdecedor. O que não teria sido tão ruim se antes ela tivesse avisado que era um tipo de ioga sensual voltada para idosas, ou melhor, lobas.
Na blusa de ginástica havia a estampa de um lobo. Que surpresa!
Por fim, Clarke trancou a porta do quarto.
Mas vovó era implacável. Depois de muitas batidas e de um ruído alto, quando a porta se soltou das dobradiças, a senhora exclamou:
— Clarke? Ah, meu Deus! Achei que você tivesse morrido!
— Deus não é assim tão justo. Pode acreditar. Eu já implorei por isso.
— Ah, Clarke! — Vovó se jogou na cama. — Anime-se! Pense em sua demissão como um prolongamento das férias!
— Só que não é — grunhiu Clarke. — Estou desempregada. Não tenho carreira nem dinheiro. Não tenho nada, e você está lá embaixo praticando essa ioga das lobas como se o dia estivesse ótimo!
Vovó parou, então foi até a janela e abriu as cortinas.
— Mas o sol está brilhando... e o dia está lindo. Acho que, se você sair para correr um pouco, vai perceber como é bom estar de férias.
— Fui demitida — corrigiu.
— Férias — retrucou vovó, severamente. — Agora, vou fazer compras com aquela moça simpática de ontem. Ela é a dama de honra de Raven, e só temos duas semanas para...
— Espera aí! — Clarke pulou da cama. — Repita isso. Quem é a dama de honra de Raven?
— Aquela moça simpática que salvou sua vida ontem. Ela e Raven são amigas há anos! Ela estava em Portland com a irmã para uma curta temporada de férias e não foi à festa de noivado, já que, além da sua vagabunda, apenas a família foi convidada.
— Mas...
— Agora! — Vovó bateu palmas. — Vá aproveitar seu dia de folga, que eu vou às compras!
— Mas...
— E vista umas roupas, filha. Não tem ninguém para você impressionar nesta casa.
Então vovó marchou quarto afora, deixando a porta arrombada apoiada na parede. Enquanto a observava ir embora, Clarke se perguntava se seria presa caso agredisse uma idosa.
Demitida.
Sem o dinheiro da família.
E tinha de ir ao casamento da irmã dali a duas semanas.
Com uma mulher que ela rejeitara não uma, mas duas vezes.
Talvez fosse bom levar alguns amendoins, só para o caso de precisar de uma saída de emergência... Ou de uma forma de encontrar o Criador, já que parecia que Deus a estava mantendo na Terra unicamente para torturá-la até o fim de seus dias.
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Olá princesas e princesos! Espero que estejam gostando. Diga-me oque pensam, e não esqueçam de curtir. Bijnhossss
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The challenge. (Clexa G!P )
RomanceComo vai? Quer dizer, faz tanto tempo!" Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela. Clarke Griffin é rica demais, bonita demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, fizeram Lexa Woods v...