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Furiosa, Raven saiu atrás de Clarke, mas não a encontrou em lugar algum. Maldita fosse, por escolher justamente aquele fim de semana, na semana do casamento dela, para encontrar a consciência! O momento não podia ser pior! Mas a expressão nos olhos dela quando olhou para Lexa e depois para o restante da família...

Aquilo a tinha deixado enjoada.

Sim, ela era uma babaca, mas qualquer um que não fosse cego podia ver que estava tentando, exceto pela pequena recaída da noite anterior. Mas ela lhe dissera que não tinha acontecido nada. As pessoas que tinham aquela expressão no olhar não estavam mentindo... Ela estava vulnerável demais, sensível demais para fazer algo do tipo.

— Raven... — chamou Octavia, na entrada na casa.

Ela não estava suficientemente escondida pelas paredes do corredor. Os passos de Octavia soaram mais próximos, até que parou logo atrás dela.

— Que foi?

— Desculpe.

— Isso não basta.

— Que droga! — Octavia a segurou por trás e a virou, prendendo-a contra a parede. — Eu pedi desculpas.

— Por que está se desculpando, exatamente? Por ter sido uma babaca com sua irmã? Por dizer a ela que ficasse longe da única garota de quem ela gosta de verdade? Ou por falar mal dela o tempo todo na frente dos seus pais, e até de Camila, hein? Pode escolher. — Ela tentou se soltar, mas Octavia era maior que ela. Um músculo tremia em sua mandíbula, enquanto ela se aproximava. Por que ela tinha de ser tão atraente? Seria bem mais fácil brigar se ela fosse feia, ou se a gagueira da infância decidisse reaparecer agora.

— Escute. — Ela a segurou no queixo e a fez olhar para cima, então sorriu. — Não posso evitar.

— Esse é o pior pedido de desculpas de todos os tempos.

— Não terminei. — Os olhos de Octavia brilharam quando ela beijou seus lábios com delicadeza e se afastou. — Ainda tenho problemas com ela. E você deve entender por quê, Rae. Quer dizer, ela dormiu com você e depois a abandonou, na faculdade. Ano passado ela estava considerando casar com você e manter uma amante. E ainda pensando que essa fosse de fato uma boa ideia! Ela a usou para conseguir uma promoção no trabalho e, alguns meses depois, você quer que eu comece a confiar nela? Ela ainda não nos provou nada. Confiança precisa ser conquistada, e ela ainda não aprendeu nada. Nunca precisou.

Raven suspirou e mordeu o lábio antes de responder.

— Entendo o que você está dizendo, mas preciso que confie em mim. Conheço aquela expressão no rosto dela. Conheço Clarke. Ela é sua irmã, eu sei, mas era minha melhor amiga quando criança. Acho que ela está cansada de ser a ovelha negra, mas não vai melhorar se sentir que nunca terá uma chance. Talvez a gente devesse deixar as coisas fluírem, o que acha?

Octavia soltou um palavrão.

— Então, o que você quer? Que eu vá lá e dê um abraço nela, ou coisa do tipo? Sinto muito, mas deixar as coisas fluírem significa não apenas que estaremos apostando em Clarke, mas também que, se perdermos, o que tem noventa por cento de chance de acontecer, aliás, vovó vai cantar bem no nosso casamento. E por uma hora inteira, enquanto as pessoas vão beber até a morte.

Ah, Octavia! Tão bruta e protetora! Era por isso que estava se casando com ela. Era a mulher mais atraente que já conhecera, e seria toda dela. Com um sorriso provocante, ela se inclinou e roçou os lábios nos dela.

— Quero ver você tentar. Por favor? Por mim?

— Tentar? — A voz dela estava rouca. — Tentar o quê?

The challenge. (Clexa G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora