12

850 104 16
                                    

Praguejando, Clarke encostou o carro e o desligou.

— Sinto muito, Lexa. Se eu tivesse alguma ideia de que eles iriam tratá-la como...

Soltou outro palavrão, com vontade de estrangular os pais dela por terem estragado o aniversário da filha. Em que merda eles estavam pensando, quando compararam Lexa com a irmã? Lexa era única, original. Era assim, igualmente, que ela costumava descrever uma mulher sem corpo nem personalidade, é verdade. Mas não Lexa. Quando dizia isso dela, estava sendo sincera. Ela era diferente, mas de um jeito que chamava a atenção. Era inegavelmente determinada... e tinha um corpo tão lindo que parecia o pecado. E uma atitude à altura dessa beleza e determinação, também. Era absurdo que eles pensassem que a filha não era boa o bastante. Uma química? A irmã de Lexa era uma química chata? Não fazia sentido. Eles não faziam sentido. Quanto mais pensava no assunto, mais irritada ficava.

— Como lixo? — sugeriu Lexa, secando as lágrimas. — Tudo bem. Não sei por que esperava que fosse diferente. Acho que foi o carro, ou o vestido, talvez até você.

 Pensei que, se eles a vissem, no mínimo se sentiriam culpados. E, se isso não funcionasse, ao menos ficariam com inveja por você estar se divertindo tanto. — Clarke praguejou de novo. — Juro que não era isso que eu tinha planejado.

— Ah, é mesmo? — Lexa deu uma risadinha. — Qual era o seu plano?

— Ah, você sabe. — Clarke brincou com uma mecha dos seus cabelo, depois a colocou atrás da orelha. — Deixar você louca por mim. Ser a Príncesa Encantada, e você, a Cinderela... Mas dessa vez o plano seria tirar o sapato, em vez de sair procurando uma mulher que coubesse nele.

— Então você seria a Príncesa Safada? Tirando os sapatos da princesa? Que escândalo!

Clarke riu, e seu coração batia forte no peito.

— Eu não disse que estava completamente redimida.

Lexa pareceu gostar. Ela riu e olhou para ela com os olhos verdes e limpos.

— Eu gosto de garotas um pouco más.

Ela estava tão próxima dela, receptiva... E não tivera intenção de beijá-la no restaurante, mas sentiu muita raiva dos pais dela e quis mostrar a eles que, mesmo que não dessem valor à filha que tinham, ela com certeza dava. O único problema era que, por mais que Lexa estivesse pensando que ela de fato parecia uma príncesa, se sentia uma vilã. E não podia se apaixonar por ela — e se apavorava com a possibilidade de já estar quase deixando isso acontecer.

— Você vai me beijar de novo?

Clarke confirmou com a cabeça.

— É outra regra dos aniversários.

— Ah, é? Qual? — Lexa se inclinou para mais perto, até que seus lábios roçassem os dela.

— Os beijos não contam. Então, digamos que eu beije você agora... — Seus lábios se tocaram. — E aí de novo... Você não pode me dar um tapa nem usar isso contra mim.

— É mesmo?

— É. — Ela passou a língua pelo canto da boca e segurou seu rosto, intensificando o beijo.

O celular começou a vibrar no bolso de Clarke, mas o ignorou. Ela ignorou tudo que não fosse o gosto da boca de Lexq, e o toque de champanhe em sua língua a estava deixando louca.

Mas o celular não parou.

Finalmente, soltando um palavrão, e pegou o aparelho e atendeu com um “alô?” irritada.

The challenge. (Clexa G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora