17

865 114 11
                                    

— Dá para ir mais rápido? — perguntou Lexa, um pouco irritada por estarem demorando tanto para voltar à cidade. Tinha exatamente quarenta minutos para se arrumar e chegar ao trabalho.

— Claro. Só que serei multada — respondeu.

— Acho que você pode pagar.

— Qual é o seu problema? — Ela trocou de faixa. — Estava tudo bem ontem à noite e, de repente, você começou a agir como uma p...

— Se tem amor à vida, não termine essa frase.

— ... como uma peste. — Clarke abriu um sorriso e ultrapassou um carro.

Lexa ignorou o sorriso ridiculamente brilhante e olhou pela janela.

— Está tudo bem, tudo ótimo. Só tenho muito trabalho a fazer, se quiser tirar todo esse tempo de folga para o casamento.

Elas ficaram em silêncio.

Depois de alguns minutos, Clarke perguntou:

— Foi alguma coisa que eu fiz?

Alguma coisa que ela tenha feito? Será que era assim tão burra? Estava brincando com os sentimentos dela, fazendo com que ela se apaixonasse mesmo que ela não tivesse qualquer interesse além da amizade!

— Não — mentiu. — Só estou cansada.

— Desculpe. — Ela entrou com o carro pelo bairro Queen Anne Hill. — Sabe, se foi culpa minha. Não quis chatear você por causa dos seus pais nem fazer com que todos quase fôssemos presos, nem...

— Clarke — interrompeu Lexa. — Foi o melhor aniversário de todos. Eu juro. Só preciso voltar à vida real, sabe?

Meu Deus, como aquilo tinha soado deprimente! Voltar à vida real, na qual não era uma princesa, Clarke com toda a certeza não era sua princesa e ela trabalhava em um lugar onde todos riam dela por trás das pranchetas.

Clarke pareceu satisfeita com a resposta, já que não disse mais nem sequer uma palavra. Clarke apenas estacionou o carro e deixou que ela fosse sem ao menos se despedir.

Era melhor assim.

Tinha de ser.

Quando chegou ao trabalho, já estava dez minutos atrasada e não tinha tomado café da manhã.

Algumas pessoas começaram a sussurrar quando ela passou, o que não era assim tão incomum. Ela caminhava até a mesa de trabalho sob os olhares dos colegas. Por favor! Ela não tinha voltado com as mesmas roupas do dia anterior, depois de uma noite de sexo, nem nada! E não porque a ideia lhe tivesse desagradado, na véspera. Argh! Como podia ser tão idiota? Aquela garota era sua kriptonita: um beijo, e ela ficava sem forças! Ela deveria vir com uma placa de “Perigo!”, ou um aviso do Governo, de alerta às mulheres inocentes.

— Oi. — Uma mulher que ela nunca tinha visto entrou em seu caminho. — Feliz aniversário, Lexa. Espero que tenha sido maravilhoso.

— Ah, sim, obrigada. — Sentindo-se desconfortável, Lexa olhou ao redor e notou que todas as atenções estavam voltadas para ela. Mantendo a cabeça baixa, foi direto para sua mesa.

Estava coberta de rosas.

Centenas de rosas amarelas.

Pegou o cartão com as mãos trêmulas. Dentro dele havia um bilhete: 

Sinto muito por você ter chorado. Espero que tenha tido um ótimo aniversário. Passo para pegá-la às cinco, para terminarmos a lista. Clarke.

The challenge. (Clexa G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora