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— Ei, babaca! — chamou uma voz feminina irritante, que interrompeu seus sonhos. — Acorda! Está na hora de pegar o avião! Precisamos embarcar agora!

— Por que está gritando? — sussurrou Clarke, levando as mãos às têmporas. — E que troço é esse que você está usando?

Lexa parou na sua frente, com as mãos nos quadris. Usava um vestido rosa brilhante diretamente saído do catálogo da Victoria’s Secret.

— Filha da mãe, apague as luzes! — Ela cobriu os olhos com uma das mãos e continuou xingando.

— Ah, desculpe. — Lexa continuou a falar alto. — Meu vestido brilhante faz sua dor de cabeça piorar? Que tal um shot de tequila, hem?

Só de pensar naquilo, Clarke sentiu o estômago revirar. Ela tinha conseguido dispensar as gêmeas, mesmo estando completamente bêbada, e ainda assim a mulher de quem ela gostava parecia prestes a esfaquear suas partes íntimas!

— Não — respondeu, rouca. — Nada de álcool.

— Você se divertiu ontem à noite? — Lexa cruzou os braços. Os olhos verdes brilhantes estavam límpidos como o céu da manhã. Mas. Que. Merda. Ela agora era poeta? Bateu no peito e pigarreou. Ah, que bom. Estava batendo no peito. Tinha recorrido ao estilo dos homens das cavernas para provar que era Alfa .

Adeus, último resquício de dignidade! Clarke sacudiu a mão no ar, como se acenasse uma despedida. Então percebeu que ainda devia estar bêbada.

-

— Levanta logo daí. — Lexa chutou sua cadeira.

— Não. — Ela precisava de comida. Como é que tinha chegado ao aeroporto? De táxi? Certo, um táxi, e ela pagou ao taxista, pegou as passagens e passou pela segurança ainda tonta e cheirando à festa da noite anterior.

Mas que engraçado. Exatamente como na última vez que tinha voado.

— Por que você está sorrindo? — Lexa agarrou seu antebraço e a puxou, para que se levantasse. — E por que está com cheiro de bunda? Pelo menos tomou banho?

Seu cérebro começou a funcionar devagar enquanto relembrava os acontecimentos da manhã. Tinha se esquecido de fazer as malas, então correu pela casa, tropeçando nos móveis, para conseguir estar pronta a tempo, e quase não se lembrou de pegar o celular e ligar para um táxi, mas não tomou banho.

— Hã... Não deu tempo.

— Você foi para casa às nove, ontem à noite. Deve ter sido uma noite difícil, com a no 1 e a no 2.

Ela decidiu não responder. Em vez disso, apoiou-se em Lexa enquanto entregavam os cartões de embarque e seguiam até o avião. Pelo menos não seria um voo longo. Ela também sabia que vovó voaria na primeira classe, então não haveria ameaças de bombas, reações alérgicas nem prisões.

Aliás, onde vovó estava?

Quando entraram no avião, olhou ao redor. Ela não estava na primeira classe, pelo que tinha visto. Nem na econômica.

— Onde está vovó? — perguntou a Lexa, odiando a rouquidão ainda presente na voz.

— Ela foi ontem à noite. Alguma coisa sobre uma emergência de casamento. Você usa o celular, ou só fica olhando para ele e pede a Siri que leia as mensagens?

Clarke olhou para o chão com uma expressão culpada e decidiu não responder.

— Então — continuou Lexa. Sério, por que ainda estava falando? Não sabia que ela estava prestes a vomitar a própria alma?

The challenge. (Clexa G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora