♥️ 𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐𝟎 ♥️

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𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎𝐒 𝐄 𝐒𝐄𝐔𝐒 𝐌𝐈𝐒𝐓𝐄́𝐑𝐈𝐎𝐒

Não havia resquício da febre. E por ordens médicas, ou melhor, ordens de uma Marilla Cuthbert preocupada, Anne ficou o resto da sua tarde deitada na cama. Mas além de preocupação, a mãe adotiva da ruiva estava agindo de forma estranha; ela tinha um sorriso cheio de intenções nos lábios, mas toda vez que Anne perguntava o porque dos sorrisos, Marilla dizia que em breve ela iria descobrir.

Cole também estava sorrindo feito um bobo quando entrou no quarto para levar refeição para sua melhor amiga. E como Marilla, ele se recusou a falar alguma coisa. Mas como é uma pessoa muito curiosa, Anne pediu que ele chamasse Cordelia, para que, assim, ela tentasse descobrir através da menina.

— Colocar mais uma para ficar bonita. — Disse, colocando flores nas tranças que ela mesma fez nos cabelos da mãe.

— Ah, eu devo estar muito linda.

— Parece uma árvore com bastante flores.

— Nossa! Uma árvore? Então eu devo estar estonteante! Árvores são majestosas e deixam o dia muito mais alegre. Eu estou assim?

— Mamãe é a mulher mais linda que eu já vi em toda a minha vida.

Anne abriu um sorriso, esticou a mão e colocou sobre o rostinho de Cordelia, acariciando as bochechas da menor.

— Mesmo com a pele pálida, os cabelos desarrumados e essas roupas simples?

— Não importa como esteja, mamãe sempre está linda. E eu espero ser uma adulta tão bela quanto mamãe é. Tanto por fora quanto por dentro.

Anne piscou algumas vezes, com seus olhos ardendo. Com a mão que ainda estava no rosto da menina, Anne a puxou para si e a abraçou com força.

— Minha menina. — Sussurrou, beijando os cabelos da menor. — Eu a amo tanto.

— Também a amo muito. — Cordelia se aninhou nos braços de Anne, deitando a cabeça em seu peito.

Com a menina em seus braços, Anne esqueceu totalmente de perguntar se ela sabia de algo sobre os sorrisos de Cole e Marilla. Enquanto estava com sua menina nos braços, nada mais importou para ela; nem mesmo a curiosidade para descobrir o que estava acontecendo.

— Desculpa atrapalhar.

Anne olhou para o lado e viu Gilbert parado na porta. As suas bochechas ficaram levemente coradas ao perceber o jeito que estava vestida. E então se lembrou que ele a viu — e a carregou em seus braços — quando desmaiou e suas bochechas queimaram mais ainda.

— Cordelia, você poderia me deixar conversar com o Gilbert? – Anne abriu um sorriso carinhoso para a filha. — Acho que Marilla está cozinhando seus biscoitos favoritos.

— Vou ajudá-la! — Cordelia deu um beijo na bochecha da mãe, caminhando para fora logo em seguida. Mas assim que estava diante de Gilbert, o abraçou com força, e então disse: — Obrigada por cuidar da minha mamãe, doutor Blythe.

— Não precisa agradecer, Senhorita. — Sorriu feito bobo, olhando para a menina agarrada a sua cintura.

Anne olhava a cena sorrindo, pensando em como seria abençoada se pudesse ver aquilo acontecendo todos os dias da sua vida. Em acordar ao lado dele, não precisando mais ter que imaginar como os seus cabelos ficavam pela manhã, quando ele acordava. Ou como seria maravilhoso poder ver seus olhos cor de avelã de mais perto. Queria poder tocar-lhe o rosto, e então beija-lo até não ter mais ar em seus pulmões. Ela queria acordar de manhã e encontrar Gilbert na cozinha, se divertindo com Cordelia, como se fossem uma família feliz.

𝐓𝐇𝐄 𝐅𝐋𝐀𝐌𝐄𝐒 𝐎𝐅 𝐋𝐎𝐕𝐄 ─ 𝐒𝐇𝐈𝐑𝐁𝐄𝐑𝐓Onde histórias criam vida. Descubra agora