ꕥ Última Chance

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Leonardo havia ficado ao lado de Malú em seu quarto.

Ela havia adormecido rápido por causa do medicamento aplicado na veia horas antes.

Haviam voltado em silêncio. Nenhum dos dois queria conversar sobre aquilo. Ela chorou até pegar no sono. Ele a observou dormir. Acariciava seus cabelos, seu rosto. Admirou-a pensando em como o sofrimento na vida dela parecia ser proporcional à sua beleza.

— Estou com você. Não vou te deixar sozinha. — Sussurrou Leonardo depois de um beijo suave no rosto de Malú. Aproximou-se mais, abraçou-a e pegou no sono.


❃❃❃


— Oi. — Disse Malú a Léo quando ele abriu os olhos.

— Oi.

— Você dormiu comigo.

Leonardo riu baixinho com a provocação agradecido por ela parecer bem.

— E quero fazer isso todo dia. Disse ele.

Malú baixou o olhar remexendo a ponta do travesseiro.

— As coisas só pioram, Léo. Às vezes não entendo como você pode ainda estar aqui comigo. Imaginei que nem te veria essa manhã quando acordasse.

Ele se ajeitou e se apoiou no cotovelo.

— Por que está dizendo isso?

— Léo. Eu não sou idiota. Que homem vai querer estar com alguém como eu, ainda mais agora que... Ela parou sem conseguir dizer aquilo em voz alta... e eu entendo. A cada dia que passa eu me torno uma bagagem pesada demais e você não merece passar por isso.

— Olha pra mim, meu bem. — Ela ergueu o olhar. — Eu não entendo porque todas essas coisas estão acontecendo com você, mas eu não vou a lugar nenhum. Não posso dizer que não me abalou o que soubemos esta noite, também não estou dizendo que vai ser fácil, mas isto está longe de me afastar de você.

Malú apertou os olhos e afundou a cabeça no peito dele. Apertava Leonardo com força em um abraço que durou longos minutos. Tudo o que ela queria era ficar ali. Se não se movessem os problemas desapareceriam.

Ela acariciou o rosto de Léo maravilhada com seu amor, com sua beleza.

— Se sente melhor hoje?

Malú apenas fez que sim.

— Que bom. Quer descer? Está com fome?

Ela fez que sim novamente. Se levantaram, Léo foi para seu quarto e Malú tomou um banho muito rápido. Não sabia dizer o que havia com os chuveiros que sempre faziam as pessoas pensarem exatamente no que queriam evitar pensar e ela não estava preparada para se concentrar em nada daquilo naquele momento, então apenas entrou e saiu rapidamente.

Amanda já havia tomado café. Estava em uma cadeira no jardim dos fundos, perto da piscina. Seu chá esfriava na mesa enquanto ela observava o tempo passar.

Encostada na porta de vidro, Malú estava parada atrás dela. Olhava apreensiva e envergonhada para sua mãe. Se ela soubesse como a filha havia destruído a própria vida sentiria nojo por tê-la colocado no mundo.

Sentindo a presença de alguém, Amanda olhou para trás e sorriu quando viu Malú.

— Minha menina. Vem. Vem aqui. Sente-se comigo.

— Oi, mãe.

— Oi, querida. Você parece bem. Se sente melhor?

— Sim. Obrigada. Foi apenas algo que comi. Mas já estou melhor.

QUERIDO MEDOOnde histórias criam vida. Descubra agora