ꕥ De Volta

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— Você acha mesmo que pode ter sido ele? — Perguntou Léo. Ele ainda estava perplexo com as coisas que Malú havia contado.

— Não consigo pensar em mais ninguém. Rodrigues entrou em meu computador em várias ocasiões. Eu não gostei, mas não dei importância. Não posso provar, mas só pode ter sido ele.

Em seu apartamento, Malú estava encolhida no canto do sofá. O olhar perdido. Leonardo andava de um lado pro outro na sala. Naquele momento, não pensava como namorado, mas como advogado. Sua mente estava um turbilhão. Tentou comparar aquela situação com algum caso que já tenha enfrentado, mas não conseguia se lembrar de alguma vez ter lidado com algo desse tipo e isto o deixava maluco.

— Me escute, meu bem. — Disse ele abaixando-se ao lado de Malú no sofá. — Amanhã a primeira coisa que faremos será acionar o advogado da Toscano. Tudo bem? — Malú fez que sim lentamente, olhava para Léo, mas ele sabia que sua mente estava bem distante. Nós vamos resolver isso. Eu prometo. Mas preciso que você esteja bem.

— Eu estou bem.

— Não está não. Não comeu nada desde que chegamos. Não deve ter comido nada desde o almoço.

— Nem tivemos tempo de pedir o almoço. — Disse ela de um jeito mecânico.

— Por isso está assim. Só comeu no café da manhã.

Malú não respondeu e ele teve dúvidas se ela havia tomado café da manhã também.

— Vou preparar alguma coisa pra você, está bem?

— Não estou com fome, amor. Não se preocupe.

Ele sentou-se ao lado dela. Malú estava abraçada aos joelhos e a cabeça encostada no sofá. Léo apoiou o rosto dela com a palma da mão.

— Você adora minha comida, eu sei que não vai resistir.

Malú sorriu, lânguida, abatida, mas agradecida por Léo estar com ela. O otimismo dele sempre a fazia tirar um fiozinho de esperança de algum lugar dentro do peito.

Ela se ajeitou, o abraçou e lhe deu um beijo.

— Eu vou conseguir resolver isso. — Disse ela envolvendo o pescoço dele com os braços.

— É claro que vai. Eu não tenho dúvida nenhuma.

Leonardo a pegou no colo e a levou para a cozinha.

Os dois cozinharam juntos. Léo preferia que ela ficasse sentada, mas quando a viu beliscar algumas coisas enquanto preparavam o jantar deixou que ela continuasse.

— Ainda estou te devendo um jantar surpresa. — Disse ela.

— Mal posso esperar. Lasanha crocante não seria nada mal.

Malú riu e atirou um dente de alho em Léo. Os dois riram, mas Malú estremeceu quando ouviu seu celular tocar. Mesmo àquela hora da noite esperava por alguma novidade sobre a empresa. Correu para a sala a tempo de pegar o aparelho, no entanto hesitou por um segundo antes de atender encarando o telefone.

— Mãe?

A voz de Malú estava baixa, receosa. Sua mãe nunca ligava.

— Oi, minha menina. — A voz de Amanda estava trêmula, parecia ter chorado. — Como você está, querida?

— Mãe. O que houve?

Amanda fez um silêncio longo demais do outro lado da linha. Depois de algum tempo, Malú ouviu um soluço dolorido e então um choro contido.

QUERIDO MEDOOnde histórias criam vida. Descubra agora