ꕥ Surpresas

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— É ela? Meu Deus. Ela não me parece alguém que precisa se esconder aqui. Tem cara de quem poderia muito bem pagar o hotel que quisesse e se esconder lá pro resto da vida.

— Quer falar baixo, Lucy. — Pediu Leonardo tentando empurrá-la pra fora do quarto. — Ela vai acordar e te ver aqui.

— Está com vergonha de mim?

— Eu só preciso de um tempo. Agora quer por favor...

Os dois pararam como estátua quando Malú se mexeu na cama. Ela se espreguiçou devagar. Léo segurava os braços de Lucy e os soltou no instante em que Malú abriu os olhos.

— O que é isso? — Perguntou Malú ao ver Leonardo ao lado de uma mulher. — Ai, que droga. Que droga, eu sinto muito. Não queria causar nenhum problema.

Malú saiu da cama meio tonta tropeçando no roupão, se ajeitando e apertando os olhos que ardiam de sono.

— Não, Malú. Espera. Eu posso explicar. — Disse Leonardo.

— Não precisa. Eu já entendi. Não quero causar problema pra você e sua esposa. Meu Deus, que vergonha, nem acredito que estou aqui. Moça, me desculpe. — Ela voltou do caminho do banheiro e parou na frente de Lucy. — Eu não sabia sobre você. Seu marido não me disse nada, mas somos só amigos, eu juro. Juro que não aconteceu nada, nem sei porque vim pra cá. Meu Deus. O que eu fiz? — Lucy olhava para ela com um sorriso engraçado e com os olhos arregalados.

— Malú. Você não está me ouvindo, por favor?

— Que vergonha. Léo, por favor, me desculpa. — Gemeu baixinho. — E por que você não me disse nada? — Berrou Malú. — Vocês homens são todos iguais e eu sou uma idiota.

— Pai, quem é ela?

Malú paralisou. Girou a cabeça na direção da porta e viu um garotinho de pijamas, descabelado e com o rosto todo amarrotado de sono.

— Você tem um filho! — Ela olhou para Léo. — Você – tem – um – filho!

Leonardo, também paralisado, olhava para Malú e para o garoto.

— Ela dormiu aqui, pai? Ela vai morar aqui? Quem é você moça?

Malú abriu a boca fazendo um som esquisito ainda parada na entrada do banheiro, virou-se para Leonardo.

— Você tem um filho. — Sussurrou ela.

— Um não. — Disse o garoto mostrando os dedinhos. — Ele tem dois.

Malú deu um passo para trás.

— Não, não. Malú, espera. Vem cá. Senta aqui.

Leonardo a segurou pelos ombros e a conduziu até a poltrona Primeiro Malú tentou escapar, mas acabou se sentando e Leonardo abaixou-se apoiando-se em um joelho na frente dela.

— Me perdoa. Não consigo nem expressar o quanto estou envergonhado.

— Vergonha de mim, pai?

— Não, Theo. Fique quieto por um instante. Malú, me desculpe não ter contado antes.

— Que tem uma esposa e dois filhos? Parece que não era tão importante assim pra você, não é?

Lucy riu tapando a boca e atenta como se assistisse ao último episódio de uma novela.

— Pare de torturar a moça e fale de uma vez, Léo. Não sou esposa dele.

— Lucy é minha irmã. A propósito, esta é Lucy.

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