ꕥ Café

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— Léo? Não sabia que tomava café aqui. Posso me sentar com você?

— Olá, Sofia. Na verdade eu já estava... é... você já se sentou.

— Essa é sua cafeteria preferida? Sua casa é aqui perto?

— Mais ou menos. Venho de vez em quando.

— Bom saber. O que vai fazer esta noite? Quer sair comigo?

— Uau. Você é bem direta.

— A vida passa rápido demais pra fazer joguinhos quando se quer alguma coisa, não acha?

— Mais ou menos... é.

— E então?

— Então?

— Vai sair comigo hoje? Juro que não vai se arrepender.

— Desculpe. — Disse ele segurando o riso. — Não sou muito de sair à noite.

— Podemos sair durante o dia. Não é sobre ir a algum lugar, quero ir a qualquer lugar com você.

— Nossa. Ok. É que isso é bem legal da sua parte, e você é interessante, mas... acho melhor não.

— Não precisa se preocupar só porque trabalho pra você.

— Pode acreditar, não estou preocupado.

— Mas mesmo assim está me dando o fora?

— Não estou te dando o fora, só não estou muito interessado. Desculpe.

— Isto é meio que dar o fora, sim. Sempre fui louca pra te conhecer porque tenho certeza de que nós dois temos algo em comum e sempre achei que gostasse de mulheres que fossem direto ao ponto.

Ele inspirou fundo apertando os lábios e tamborilando impaciente os dedos no copo de café em cima da mesa.

— Inacreditável. — Ela disse impaciente. — Sabe quantos caras são a fim de me pegar?

— Devia dar uma chance a algum deles então.

— Uau! Você é ridículo!

— Sinto muito. Não queria chatear você, só achei que não teria problema se eu também fosse direto. Agora preciso ir. Com licença.

Leonardo pegou o copo de café e se levantou. Sofia permaneceu onde estava. Ele jogou o café frio no lixo e foi até o balcão para pedir outro, mas parou.

Era ela. Ela estava lá.

Malú estava no balcão. Usava óculos escuros e bem grandes. A manhã estava fresca, mas não estava fria. De qualquer maneira ela usava uma grossa blusa de tricô de gola alta que só deixava as pontas dos dedos para fora. Leonardo olhou em volta procurando por William, mas ela parecia estar sozinha.

— Este é por minha conta, Andrea. — Disse ele para a atendente ao parar ao lado de Malú que ficou surpresa ao ver Leonardo. — E vou querer outro café. Grande por favor.

— Não precisa. — Disse Malú um pouco encabulada. — Obrigada, mas não precisa.

— Faço questão. Você está bem?

— Sim, obrigada. Quer dizer, não para o café, e sim, estou bem.

A atendente colocou os pedidos diante deles. Malú havia pedido também um rolo de canela, dois donuts e um brownie. Leonardo sorriu diante do pedido dela e pagou tudo antes que ela pudesse evitar.

— Oh. Você vai se sentar. Se importa se eu fizer companhia? — Léo pegou a bandeja, os cafés e começou a andar antes que ela pudesse responder.

Malú queria dizer que preferia ficar sozinha, mas apenas deu de ombros e o seguiu.

QUERIDO MEDOOnde histórias criam vida. Descubra agora