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-Consegui, eu realmente consegui!!

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-Consegui, eu realmente consegui!!

Grito escrevendo o último parágrafo do meu livro.
A euforia me domina, fazendo com que eu pule no sofá com um sorriso largo no meu rosto.

Sempre gostei de escrever, é uma boa forma de entender sentimentos e construir um mundo completamente novo.

-Meu Deus Clara, para de gritar e desce desse sofá- fala Cecília enquanto seca seu cabelo, ela foi a última a chegar e ainda chegou sorrindo aérea, preciso interroga-la sobre isso.

-Ela está assim já faz alguns minutos, mas não responde porquê- diz Amanda.

-Ser misteriosa nunca foi seu forte, agora fala logo o que aconteceu.

-Obrigada pela sua sinceridade, vou dizer então o que aconteceu. Eu, Clara De Lucca, terminei de escrever "Um poeta sem amor".

Digo tudo em voz alta, porém ainda não parece real.

-É sério?!- as duas perguntam juntas.

-Super sério- respondo.

E então sobem também no sofá e pulam comigo gritando de felicidade.

-Estamos tão orgulhosa de ti- fala Amanda se sentando no sofá em que eu e Cecília estamos sentadas.

-Agora só preciso mandar por e-mail para meu editor, mas não tive coragem de clicar em enviar.

-É sério isso?- Martini pergunta.

Faço que sim com a cabeça.

A verdade é que sou uma pessoa insegura se fazendo de forte, sou apaixonada por personagens femininas empoderadas, mas estou em busca do meu próprio empoderamento.

Minha amiga, Cecília, vai até minha escrivaninha, pega meu notebook e pelos poucos minutos que ficou com ele sei o que fez e isso faz meu estômago gelar.

-Espera, você fez o que estou pensando?

-Acho que ela fez.

-Isso aí, eu mandei para ele.

-Por que? E se não estiver bom o suficiente? E se ele não gostar?

-Se seu editor não gostar ele tem um baita de um mal gosto.

- Ela tem razão, e você precisa parar de pensar tanto e acreditar mais em você mesma, sei que é um conselho clichê, mas é verdadeiro.

-Eu sei, é só que a prática é meio ilusória.

-Sei muito bem disso, até hoje não tive coragem de procurar estabelecimentos para abrir meu próprio café.

-E eu ainda não entrei em contato com nenhuma gravadora.

Cecília sonha em abrir uma cafeteira que terá uma biblioteca no andar de cima, é uma forma de viver do que ama, é o que sempre diz.
Já Amanda sonha em ser cantora, e minha amiga sempre canta com toda sua alma mostrando o quanto isso é sua verdadeira paixão.

-Vamos prometer que agora em diante iremos correr atrás dos nossos sonhos, parar de deixar o "e se" controlar nossas vidas e viver pelos acreditamos, prometem?

-Sim.

-Prometo.

☆☆☆

Faz exatamente dois dias que mandei esse e-mail e até agora ele não respondeu.

Bato na porta da sala do editor juntando toda coragem do meu ser.

-Pode entrar.

Entro e inspiro o ar de meus pulmões tentando me acalmar e falar tudo que planejei.

-No que posso ajudar?

-Não sei se viu, mas mandei um e-mail para o senhor com um livro meu, e se por acaso leu quero saber o que achou.

-Vi que mandou um e-mail, mas nem perdi meu tempo.

-Como assim?

-Clara, você é apenas uma assistente de secretaria não uma escritora, e pelo título sei que é apenas um melodrama que ninguém vai querer ler.

Meu corpo começa a tremer e as lágrimas entram em guerra comigo mesma para tomarem conta de meu rosto.
Uma outra parte de mim quer sair correndo e chorar com um pote de sorvete, mas a outra cansou de não lutar pelo que sonha.

-E quem é você para dizer se tenho ou não talento? Ou se as pessoas irão ler? Saiba que não é o dono da verdade e que sua opinião pouco importa, é apenas um homem sem talento e arrogante que vive com o intuito de alimentar seu ego e, aliás, me demito! Não quero trabalhar nem mais um segundo nessa editora ridícula. Passar bem.

Bato a porta com toda força que tenho e saio correndo dali sem ouvir sua resposta, porque sei que toda minha coragem murcharia se o ouvisse.

Caminho direto para o caffe Fratelli não acreditando no que acabei de fazer, me tornei uma desempregada!

Abro a porta da cafeteria e vou direto para o balcão onde vejo Cecília arrumando um café, e uma garota loira de costas com algumas pessoas por perto.

-Eu estou desempregada!- solto sem nem perceber que além de minhas duas amigas estão Bella, Brandon, Pietro, Luan e Harry me  olhando assustados.

-Como assim?- Ferrero e Cecília perguntam.

-O editor que nem ao menos leu disse que meu livro não deve ser bom, então me demiti.

-E como você está se sentindo?- pergunta Pietro, o primeiro dos garotos a se pronunciar.

-Ainda não sei, um misto de orgulho e medo, afinal não tenho mais um emprego. Será que tem uma vaga aqui?

-Isso não importa, você vai focar em publicar seu livro- fala Ferrero

-É isso aí garota!- os meninos falam juntos batendo suas mãos uma na outra.

-Agora vou arrumar um café pra você com biscoitos- diz Cecília.

-Podemos focar no nosso conto também, ele está ficando muito bom e ganhar vai ajudar a publicar seu livro.

-E eu vou cuidar do marketing amiga- ouço uma voz atrás de mim que reconheço ser de Ana.

-Como assim?- me viro para encara-lá

- Ouvi tudo na editora, você não fala muito baixo e então depois que saiu eu me demiti também.

-Tá louca? Somos duas desempregada agora.

-Não se você publicar seu livro e eu cuidar do marketing dele.

-Amiga, você não devia ter feito isso e se eu não conseguir?

-Você vai- dizem todos juntos, o que faz meu coração amolecer e uma vontade de chorar.

Está na hora de me tornar o que sempre admirei nos livros, uma garota confiante que vive para realizar seus sonhos.

☆☆☆

sonhos, livros e café [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora