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Leia ao som de " hey jude" dos The Beatles

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Leia ao som de " hey jude" dos The Beatles

A ansiedade do primeiro encontro tem me dominado, achei que estava digerindo bem a situação, mas agora, sabendo que amanhã será o dia, meu coração parece querer sair pela boca e minha mente está imaginando inúmeras situações em que tudo pode dar errado.

-Preparada para amanhã?- pergunta Clara abrindo a porta do meu quarto e entrando junto com Amanda.

-Não sei, estou um pouco ansiosa.

-Só tenta não pensar demais, apenas sinta o momento. É o melhor conselho que tenho para te dar- fala Amanda se sentando na cama.

-Ferrero tem toda razão, é uma situação nova então é normal você se sentir insegura, só não pode deixar isso atrapalhar.

☆☆☆

Harry mandou mensagem dizendo que irá me encontrar após o final do meu turno, enquanto lia meu coração parecia capotar no meu peito. Tento esquecer o que está prestes a acontecer e fazer minhas atividades do dia a dia, porém é quase impossível.  Enquanto fazia as panquecas no café da manhã queimei praticamente todas de tão aérea que estou, chegando a ponto de Clara ter que terminar de fazer o café da manhã, e ela não é a maior fã da cozinha.

No caffe fratelli  a situação foi mais fácil,  no horário da manhã o movimento não é tão grande, então consegui me concentrar melhor. Mas Bella percebeu que não estou no meu normal, pois estamos almoçando na lanchonete ao lado da cafeteria e ela está com aquele semblante no rosto quando quer perguntar algo.

-Vai, pode perguntar-digo.

-É só que você está distante, pensando demais.

-Hoje é meu encontro com Harry, e acho que estou surtando.

-Ah, isso me lembra meu primeiro encontro com Brandon...

-E como vocês se conheceram? 

-Foi no hospital, e antes que pergunte não envolve nenhuma morte. Meu irmão foi fazer uma cirurgia nas amígdalas e o Brandon faz magica para as crianças que estão no hospital, acho que me apaixonei no exato momento em que o vi brincando com meu irmão.

-É tão fofo, parece um romance de livro.

☆☆☆

Harry chegou no exato momento em que meu turno acabou, ele como eu está completamente nervoso, pelo menos não sou a única que está surtando.

-Vem, é só me seguir-  fala me puxando pelo pulso e sendo todo direto, típico dele.

Quando ele foi até a cafeteria para me buscar e apenas me disse para segui-lo eu pensei: " Ele quer fazer uma surpresa", o que me deixou aflita, pois não digiro surpresas muito bem, porém segundos depois comecei a reconhecer o caminho, estamos indo para o Villa Durazzo Pallavicini. 

Sorrio de forma singela quando me dei conta e Harry sorri de volta . E nós ficamos assim o caminho todo, apenas conversando por meio de olhares e sorrisos.

Chegamos e observamos o lugar, até que Harry vai até a ponte, pega uma toalha,a coloca no gramado e vai colocando vários sanduíches, frutas e bolos.

-Então você fez tudo isso?-pergunto enquanto me sento na toalha.

-Queria ganhar o credito, mas só fiz o sanduíche, o resto foi o Brandon. Não cozinho tão bem assim, mas e você? Como aprendeu a cozinhar tão bem?

-Aprendi com a minha vó, morei com ela praticamente a minha vida toda e nós fazíamos tudo juntas, era eu e ela contra o mundo e agora sou eu e as meninas contra ele.

-Acho que só tive pessoas que eu pudesse sentir que estavam comigo de verdade quando conheci os meninos, antes era apenas eu contra o mundo. Sabe, as vezes eu ainda me sinto assim, como se eu carregasse um fardo sozinho, mesmo que exista pessoas que possam me ajudar .

-Acho que no fundo todos se sentem assim em algum momento, existem medos e sentimentos que parecem tolos falados em voz alta.

-E aí a gente aguenta, até não poder mais- Harry fala com a voz fria e olhar distante, e se os olhos são mesmo a janela da alma eu sei que a dele já desabou inúmeras vezes e já levantou sozinha muito mais, porque não importa o quanto as pessoas ofereçam a mão para ajudar, algumas almas simplesmente são solitárias. E eu entendo isso muito bem, porque a minha é.

-É um ciclo tão vicioso que você já até decorou o sentimento de dor, já conhece a palpitação, os braços arranhados e bolo na garganta de tal forma que o movimento do seu corpo caindo encostado na parede quando chora é  automático, uma rotina...

- E os seus amigos acham que você já melhorou, foram tantos anos de terapia que o fato de todos esses sentimentos te atingirem ainda parece infantil.

-Então você não conta pra ninguém, porque é muita mais fácil admitir que está tudo bem.

-Como você disse, um ciclo vicioso e eu achava que só eu conhecia ele.

-Também- digo com  veemência .

- É tão fácil falar com você que até parece loucura, nunca achei que alguém me entendesse. 

-Eu idem, e não posso negar que isso me assusta ainda.

Quando admito esse sentimento de medo em voz alta Harry aproxima nossos rostos de tal forma que não dá para saber quando a minha respiração começa e a dele termina. O calor do momento  aquece todo o meu corpo e eu nunca tinha me sentido assim, tão viva.

 Seus olhos mudam de direção e sua boca vai para perto de meu ouvido, num sussurro ele diz:

-Não precisa ter medo, eu nunca ousaria te machucar.

E para selar esse momento ele beija minha testa, transmitindo segurança e zelo nunca sentida antes .

colaboração com _Blusaturno

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