As coisas andaram bem diferentes depois que voltamos para casa. Cecília e Harry estão em um relacionamento, o que me deixa muito feliz. Clara está um pouco confusa depois do que aconteceu na festa. Pietro e Samantha terminaram o namoro, e embora ele aja como se estivesse tudo bem, sabemos que ele está abalado.
- Então, agora ficou mais interessante?
A voz de Luan me tira do transe momentâneo.
- Ah... na verdade, até que sim. – Digo, mostrando a capa do livro.
Depois que voltamos de Verona, com Cecília e Harry saindo juntos com Brandon e Bella, Clara dividida entre focar em publicar o livro ou pensar em tudo o que houve com Pietro, Luan e eu ficamos sem muito o que fazer.
Comentei com ele que não consegui terminar um livro há um tempo, não focava mais na história e acabei abandonando tudo em um canto de uma gaveta. Agora, estamos sentados em uma toalha na grama da casa da tia dele, ambos lendo livros que abandonamos há um tempo atrás. A ideia foi dele, para que tentássemos nos reconectar com algo deixado para trás.
Se vai valer a pena, não sabemos. Mas gostamos de tentar.
- E o seu? – pergunto.
- Uma droga. – Ele confessa, me fazendo rir.
- Acho que merecemos uma pausa.
Luan fecha seu livro, o deixando de canto enquanto deita com a cabeça apoiada nos braços, olhos fechados. Me deito ao seu lado, observando o céu particularmente claro de hoje, quase livre de nuvens. Algo nessa simplicidade me faz ter inspiração para um longo tempo de composições mais tarde.
Desde que voltamos para Gênova e estamos nos encontrando, me sinto inspirada. Nós já nos encontramos aqui apenas para escrever músicas, e ficamos orgulhosos dos resultados que obtivemos.
Tiro meu olhar do céu para virar de lado e me deparar com outra imensidão azul. Luan agora está deitado de lado, apoiado sobre o cotovelo, observando meu rosto, passando por cada detalhe: meus olhos, meu nariz, minha boca.
Quero perguntar o motivo de ele me olhar assim, mas não consigo formular nenhuma frase coerente agora. Seus olhos e sua proximidade me fazem querer tocá-lo. Estico minha mão e deixo a ponta dos meus dedos passearem por seu rosto, tirando algumas mechas de cabelo rebeldes que caem em sua testa. Ele fecha os olhos em resposta, e continuo a traçar pequenos movimentos em seu rosto.
Percebo o nível de nossa proximidade agora. Em um único movimento, poderia selar essa distância entre nós dois, e cada mínimo movimento parece um terremoto. É como se houvesse um campo magnético cada vez mais potente, nos puxando para perto.
E então meu celular toca.
Me afasto com o susto, procurando o aparelho, escondido sob meu livro.
- Alô?
- Olá, Amanda Ferrero?
- Sim... quem é?
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sonhos, livros e café [FINALIZADA]
RomantizmSonhos, uma palavra que resume o mais belo da vida e que infelizmente raramente sai das noites em que você imagina o ramo que sua vida poderia ter tomado. Mas não é assim para essas três melhores amigas, recém formadas e sonhadoras elas querem domin...