Meu morango e chantilly

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POV. Autora ON

Dia 5 de Janeiro

Era incrível a melhora física que o pequeno deu em pouco tempo após ter tomado a poção de Severus. Em dois dias ele já tinha ganhado cor e até estava um pouco melhor, ainda chorava pelos cantos, agora que tinha "permissão" para sentir e passar finalmente pelo luto, e o sentia com força.

Por isso a maior parte do tempo ele estava preso em sua mente, sua pequena chance de escape da dor. Os alfas viviam lhe puxando para que sentisse tudo, tinha que passar por aquilo, sentir, chorar, gritar e por fim se entregar ao cansaço. Mas nem sempre os alfas estavam com os dois pares de olhos em cima dele.

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Rony conversava com Bard na cozinha, o ruivo estava elogiando o trabalho do vampiro, afinal, quase devorou a dispensa inteira em poucos dias, e precisava amaciar ele depois do saque que tinha feito. Ele elogiava como a comida era uma delícia e o servente se gabava de o lugar ser equipado como a de uma moradia trouxa, anos à frente da "tecnologia" dos bruxos.

De repente eles escutam um barulho na sala de jantar ao lado, principalmente o vampiro, por ter ouvidos sensiveis, pareciam passos e alguém cantarolando baixinho e melodicamente.

Eles esperam um pouco no silencio, e as portas se abrem por um Harry distante, a cabeça um pouco pendida para o lado, os olhos verdes opacos fundos, e a boca que mal se abria para chiar.

Estava usando apenas um blusão cobrindo até o meio de suas coxas e uma cueca, mais ali o clima estava um pouco frio demais e logo estaria rangendo os dentes.

"Tell me that you love me" ele sussurra no tom da música. Sem reparar nos olhares dos dois homens, se dirige para as panelas da cozinha.

"Even if it's fake" continua lentamente e baixinho demais, pegando uma frigideira e colocando em uma das bocas do fogão.

-Harry, tudo bem? - o ruivo tenta se aproximar e pôr a mão no ombro do amigo, mas esse trava e começa a tremer no lugar, parando de cantarolar, parecia que alguém estava o colocando em stand buy, ele não sentia nada, mas não conseguia controlar seus movimentos. Ele estava visivelmente assustado, como se o outro fosse fazer algum mal a ele.

-Deixe-o, vou ver o que ele está fazendo... vá chamar os mestres – Brad aconselha de longe. Rony solta o amigo que retorna ao que fazia anteriormente: abrir a geladeira.

"Cause... I dont... fucking care" o castanho suspira alto e continua a cantarolar a música em sua cabeça. Pega os ovos e fecha a geladeira novamente.

"You've been out all nigth" bate um ovo na pia e despeja no fogão, os movimentos mecânicos em total perfeição já que passou anos fazendo aquilo para seus tios de manhã.

O ruivo sai correndo, com medo pelo amigo, e rezando silenciosamente para que não acontecesse nada. O cozinheiro da casa tentava prever os movimentos do garoto, oferecendo os temperos ou utensílios, para que não tivesse que abrir mais nada e acabar em tragédia.

O Weasley chega no quarto principal em dois tempos, e não espera por permissão ou nada do tipo, escancara a porta e entra. Severus e Lucio dormiam tranquilamente, já que ainda estava muito cedo para que pensassem em acordar.

-Harry! Harry! - grita se aproximando da cama, os dois homens despertam rapidamente e dão um salto para fora, procurando o ômega em todos os cantos do quarto – na cozinha, está agindo estranho.

Com o cérebro ainda ligando pelo sono, os dois começam a correr em direção da onde foi indicado. Apenas de cuecas, não era importante se cobrirem, ou a menos, não tão importante quanto chegar ao pequeno companheiro.

Omega? Dois alfas?Onde histórias criam vida. Descubra agora