Minha salvação

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-Como? - Severus pergunta assustado, a acusação de que o garoto estaria perdendo sua magia era uma coisa muito séria.

-Eu não sei... - os três encaravam o garoto encolhido na cama, ele estava soando e o rosto ficando mais branco do que papel - talvez seja algo desencadeado depois da guerra... eu realmente não sei... - O loiro com medo se aproxima e toca levemente a mão do paciente, num impulso de demonstrar cuidado.

Harry sente o toque do alfa mais velho e mesmo estando dormindo num sono sofrido ele solta um arfar e se remexe em busca de maior contato. Instantaneamente o homem levanta a mão pensando tê-lo machucado. O rosto do menino se contorce novamente e ele solta um longo gemido sôfrego, apertando inconsciente a blusa, na região do coração.

-Volte, faça-o, de novo! - a mulher ordena e o Malfoy retorna o toque, segurando o braço do menino e vendo sua feição se aliviar e um meio sorriso se formar, apesar de ainda manter a expressão de dor - solta e faça de novo - pede com mais cuidado.

O homem olha intrigado e devagar ele faz o que foi ordenado, quando ele solta, Harry se remexe desconfortável e arfa, mas quando sente o calorzinho segurando sua mão de novo ele solta um suspiro e leva a mão com a do homem para perto de seu rosto onde esfrega a bochecha de leve, não querendo perde-la como antes.

A enfermeira encara os dois espantada, sua boca num perfeito "O", deixando os alfas sem entenderem nada, ela se retira rápida para uma saleta nos fundos da área hospitalar.

-O que está acontecendo? - pergunta Lucio para o companheiro e recebe um negar com a cabeça, o outro tampouco sabia lhe responder. A mulher retorna depois de alguns minutos com um grimório cinza escuro na mão.

-Eu não... mas ele é um beta... não é? - ela diz exasperada, abrindo o livro nas mãos e folheando-o rapidamente.

-Pomfrey... - Severus rosna para a mulher no seu típico tom irritado, já estavam a vários minutos com a informação de que o garoto de ouro estava para morrer, sem saber de fato o porquê, ou como evitar.

-Ele está tendo os sintomas da separação do alfa, ele... é um ômega... - a mulher solta a informação e para numa página do livro, começando a ler ele procurando as palavras-chave.

-Como? - o loiro pergunta confuso, tinha recebido as informações que Harry era um beta, ele segura adequadamente a mão do garoto adormecido e sente o menor choramingar de contentamento, ainda em busca de mais toques do homem.

-Não pode ser um ômega, eu mesmo vi quando a poção dele deu amarelo, significando beta, droga. Não deu nem vermelho como ômega e nem azul como alfa - Severus explica sem paciência, todos os primeiros anos passavam por esse procedimento, e ele era quem ministrava as poções de descoberta do sub-gênero.

-Um ômega! Não tem erro, são os sintomas que ele está tendo pela falta do alfa, se bem que os sintomas estão muito fortes para um... talvez alguma condição pré-existente na época tenha confundido a sua poção... Tomara que seja isso, pois podemos salva-lo assim- a senhora afirma e recebe um olhar seco do moreno. Ela para de falar, e apoia o livro em um braço enquanto empunhava a varinha com o outro.

A beta murmura algumas palavras e balança a madeira em sua mão, da pontinha começa a sair uma nevoa que encanta o lugar. Algumas linhas espectrais, mais parecidos com fios vaporosos começam a circular os três homens no recinto.

A nevoa era branca perolada e muito vibrante, era um espetáculo de se assistir e encantava qualquer um, mas no momento todos estavam mais concentrados no círculo que havia se formado entre os três homens. Madame Pomfrey quase cai para trás, não havia erro, aquele feitiço era infalível não é? Não teria como...

Omega? Dois alfas?Onde histórias criam vida. Descubra agora