Meu dengo

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-Como você está se sentindo hoje? - o doutor pergunta arrumando a prancheta e a pena na mão, o garoto deitado no divã ele parecia aflito e sem conseguir falar direito, mas o homem era persistente e sutil.

-Cansado – Harry fala pensando direito no que sentia exatamente – me sinto mal – prossegue depois de uns segundos – eu to dando trabalho pra eles...

-Mas a culpa não é sua – o medibruxo Ellery Tate, o psicólogo diz sem desviar os olhos do que anotava na ficha do ômega.

-Eu sei... mas eu queria que fosse diferente, eles não deveriam passar por isso por minha causa – o menor morde o lábio inferior em uma singela dor.

-Eles estão te dando apoio, correto? - o loiro pergunta, e o menor concorda com a cabeça - e pelo que eu entendi, a iniciativa de procurar tratamento médico foi deles? - mais um concordar – eles cuidam de você, então se permita ficar em paz quanto a isso, e vamos focar no problema de fato.

O homem deu o braço a torcer, nos dias em que trabalhou com Harry, analisando sua cabeça, sua relação, e tudo mais, ele aprendeu que os dois alfas amavam muito o pequeno, e fariam de tudo por ele. Para ele.

A hora passou em um piscar de olhos, o menor saiu um pouquinho melhor no final, ele estava começando a gostar dos 60 minutos que passava com o medibruxo.

-Nos vemos semana que vem – Tate diz se despedindo do garoto, só ficando calmo ao ver o alfa moreno dele.

-Cadê o Luce?... - Harry pergunta se abraçando ao amado, o doutor volta para a sala e deixa os dois na sala de espera.

-Ele teve que resolver algo com o departamento de finanças do hospital, daqui a pouco ele volta – Sev diz sentando o ômega na cadeira de espera – eu vou buscar um lanche, estou com fome, me espera aqui?

-Me traga um suco, por favor – o castanho diz sorrindo, ele sobe as pernas para cima e se encolhe deitando a cabeça nos joelhos.

Ele espera dois minutos, o refeitório ficava no outro lado do prédio e demoraria mais um pouco, e sabe se lá quanto tempo demoraria para Lucius acabar com a sessão dele.

De repente, um casal passa para fora da sala ao lado da que Harry estava anteriormente, um casal muito conhecido, Amos Diggory e sua esposa.

O ômega se encolhe ainda mais, tentando desaparecer nas cadeiras e não ser notado, mas infelizmente, o homem baixinho o viu, e o reconheceu.

-Você... - o homem fala se aproximando instintivamente do garoto – assassino... seu assassino.

-E-eu não fiz nada – Harry afunda mais, como se pudesse.

-Você matou o meu filho. Assassino – Amos puxa o menor com força pelo ombro, fazendo-o cair no chão e gritar, chamando a atenção de todos a volta.

-E-eu não fiz. Eu juro... - o castanho começa a chorar, ver aquele homem, fazia o lembrar de Ced e de seu filho que não nasceu. As lagrimas vem em seguida, não por causa de toda a dor que sentia ao cair, mas pela dor fantasma que rapidamente o bateu em seu ventre e das lembranças doloridas.

-Você é um assassino – Amos grita levantando a varinha, porem antes de conseguir fazer algo, a esposa o puxa para trás alguns passos, ela tenta sussurrar algo para acalma-lo, sem conseguir resultado.

-Harry! - Lucius os vê de longe, e corre em direção a eles em segundos. Ele se joga ajoelhado no chão e pega o menor nos braços, analisando o que estava acontecendo ali.

-Ahh – Harry chora no peito do loiro, trazendo as pernas o máximo que conseguia para seu peito, a dor alfinetando como fogo em sua barriga.

Lucius se vira para o casal, a raiva estalando em seus olhos. O doutor de Harry também sai para fora, algumas enfermeiras e bruxos da recepção se aproximam também.

Omega? Dois alfas?Onde histórias criam vida. Descubra agora