Prólogo

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Jimin andava apressado pelo corredor principal que levaria aos grandes aposentos reais do rei. Seus passos eram firmes e elegantes mesmo em meio a quase corrida e sua expressão era determinada.

— Perdão, Alteza — o guarda o disse após uma pequena reverência assim que ele se aproximou das grandes portas duplas. — Vossa Majestade está em uma reunião com vossos irmãos.

Jimin não se moveu um milímetro, ao contrário, seus olhos pareceram ainda mais afiados e intimidadores ao encontrar a face do guarda alfa que interrompeu sua entrada.

— Eu sei — disse. — Eu vim justamente para a reunião.

O guarda o mirou desconfiado por alguns segundos antes de olhar indeciso para o outro guarda alfa do lado oposto ao seu. Esse apenas continuou olhando à sua frente, jovem, ele claramente não se senti confiante o suficiente para lhe olhar diretamente. Sua fama precedia em todos os cantos do palácio e Jimin adorava isso.

— Você está me atrasando — foi a reprimenda final que ele fez em tom frio, e foi o suficiente para que o guarda se movesse ao lhe lançar um pequeno pedido de desculpas nervoso e enfim, abrir-lhe as portas gigantescas adornadas por ouro.

O ômega entrou, altivo e sofisticado, claramente um príncipe. A antessala estava vazia como o esperado, imensa e habitada apenas pelos adornos chamativos e ostensivos, fabricados em metais preciosos e enfeitados por tapeçarias altamente incrementadas. Não se demorou por lá e continuou sua caminhada até seu verdadeiro objetivo, a suíte real. Sem hesitar nem por um instante, Jimin entrou.

No mesmo segundo sua presença foi notada. O quarto estava relativamente cheio. Nos cantos mais distantes estavam o conselheiro real e um escrivão, e, mais próximos ao centro do quarto, os príncipes alfas, Soobin, Chanyeol e Ji Eun. Na cama, sentado e encostado na cabeceira, estava o rei Park.

Não era segredo algum no reino, que o rei estava muito doente, há quem dizia que ele não chegaria até o último ciclo do ano. Não que houvesse alguma preocupação em esclarecer sobre sua real condição ao povo, nada disso, nem mesmo um pronunciamento sequer foi feito sobre o assunto, mas o rei não aparecia há um bom tempo, nem mesmo nos salões da nobreza, e assim, os boatos foram surgindo e na ausência de negativas, estava confirmada a sua veracidade.

— Estamos em uma reunião importante, Jimin — Chanyeol disse. — Saía e volte para visitar Vossa Majestade apenas quando acabarmos.

Empinando o queixo e estufando um pouco mais o peito, o único príncipe ômega se aproximou um pouco mais do leito do rei sem se abalar.

— Quero participar da reunião também, pai — Jimin falou quando finalmente estava de frente para o rei.

Seus irmãos fizeram quase que ao mesmo tempo expressões de desgosto. Era de conhecimento geral que se dirigir de forma informal ao rei perante oficiais do conselho era considerado altamente inapropriado, além de uma quebra de etiqueta. Mas Jimin não se importava em parecer mal educado se fosse para conseguir o que queria.

— Não temos tempo para suas inoportunidades, Ômega — dessa vez foi Ji Eun a falar. E de todos os seus irmãos, ela era a que ele menos gostava. Ji Eun conseguia irrita-lo ainda mais do que Chanyeol, para ela tudo que se referia a ele não passava de futilidades. Era o que cabia aos ômegas.

Fazendo uma expressão inocente e abrandando seu olhar, tratou de apenas ignora-la e fitou o rei, deixando claro, mesmo sem palavras, que a palavra final sempre seria dele. E ela como sempre estava a seu favor.

— Você pode ficar — concedeu. — É até bom que esteja presente.

E isso bastou para que o ômega se empoleirasse o mais perto que podia do soberano. Do lado direito.

O Rei ParK se empertigou o máximo que conseguia diante sua fragilidade e limpou a garganta com um pigarro para, então, começar:

— É sabido por todos que meus dias estão a se findar. Infelizmente não me resta muito tempo, no entanto, não posso partir antes de cumprir com a promessa que fiz a meu pai e restabelecer a honra de nossa família. Antes de mim, meu pai falhou com minha avó e eu não o farei de igual modo. Mesmo que seja por meio de vós.

Os olhares se cruzaram, muito atentos e reflexivos. A promessa de que o monarca falava sendo conhecida por todos ali. Dessa forma, foi inevitável não sentir a tensão se espalhar pelo ambiente quando todos tomaram ciência da importância do que seria falado a partir dali. Jimin sentiu a mudança em seus próprios pelos quando os sentiu se arrepiarem de uma vez, efeito da alta carga de energia dominante dos alfas da sala que se propagou. Ainda assim, ele permaneceu firme, travando o maxilar e respirando, o mais discreto que podia, pela boca.

— Decreto, agora, — o rei continuou. — que qualquer um de meus filhos que me trouxer a cabeça do rei de Tèssadra, terá sobre si a coroa de Amoriel, como o soberano maior de todas as quatro províncias. É o que o determino e assim, faço lei.

Continua...

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