Capítulo XXXII: Duas partes

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Ai, que saudade! Eu disse que voltaria e cumpri o que disse. Tomem aí o maior capítulo até agora!

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Boa leitura 💙

#MeuEgocentricoFavorito

Jimin se assustou quando a porta de seu quarto foi escancarada.

— Tira isso daqui — ele ordenou ao criado depois de entrar, referindo-se a mesa de chá que estava sendo posta. E então, disse a Jimin: — Algumas coisas precisam mudar, querido.

Jimin se encolheu na cadeira em reflexo. Odiava quando ele aparecia com mais mudanças.

Suas mãos formigaram em antecipação, escondidas embaixo da mesa, sob seu colo.

— A partir de hoje, nada de comida entre as refeições e vamos diminuir as porções — ele determinou. — Você está se tornando um rapaz, em breve estará em idade de casar, o que significa que temos que nos livrar dessas bochechas redondas o quanto antes, elas te deixam com cara de criança. Se continuarem assim, vai ser muito difícil para seu pai casar você bem. E você sabe qual a única utilidade de um príncipe ômega, não sabe?

Claro que sabia. Quanto mais velho ficava, mais ouvia aquela mesma conversa. Tinha quatorze, provavelmente, lhe restava mais dois ou três anos antes do primeiro cio, mas Ji Sung fazia parecer como se lhe faltassem dias. Isso o dava nos nervos.

— Sim, eu sei — confirmou em voz baixa.

— Ótimo, já que deu o desgosto ao seu pai de ter nascido ômega, pelo menos o dê a felicidade de garantir um casamento vantajoso. — Ele caminhou até Jimin e tocou seu queixo, fazendo-o levantar a cabeça. — Nós teremos algum trabalho — disse pesaroso. — Você é tão sem graça.

Jimin tentou conter o impulso de se retrair. Sempre que ele o tocava, seu corpo reagia; recordava.

Suas mãos formigaram mais.

— Eu vou me esforçar.

— Eu espero que sim. — O toque em seu queixo sofreu uma alteração. Se tornou apertado. E Jimin não demonstrou nenhuma reação à dor. — Garotinho teimoso.

Sabia que Ji Sung só se tornava ainda mais determinado quando ele não reagia, mas não conseguia segurar.

O aperto em seu queixo se tornou mais doloroso.

— Você não aprende nunca, Jimin?

Não respondeu. Nem conseguiria. Os olhos de Ji Sung faiscaram, mas Jimin continuou impassível até o momento em que a mão dele se afastou de seu rosto.

Ele se preparou para mais. Seu corpo se tornou mais teso e suas unhas machucaram as palmas através da renda das luvas. Mas Ji Sung disse:

— Não vou perder meu tempo com você. Hoje estou de bom humor.

E Jimin nem sabia se tinha o direito de sentir alívio, mas sentiu. Ainda mais, quando ele atravessou a porta e foi embora.

Seus músculos relaxaram aos poucos. Seus olhos varreram a mesa vazia, porém não estava mais com fome. Repousou as mãos sob a toalha de mesa branca e retirou as luvas para analisar o estado das palmas. Ainda formigavam.

*

A tarde de folga com Jungkook, no dia anterior, tinha tido seus reflexos. Jimin deveria estar naquele momento submerso por óleos aromáticos, recebendo massagens e se preparando para a festa de seu aniversário que começaria em poucas horas, e não enfurnado em seu gabinete trabalhando. Mas era o que lhe restava pela escolha, e não se arrependia.

EGO · ABO · JJK + PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora