Capítulo IX: Mente domina matéria

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Boa leitura! 💙

Jungkook se sentiu desorientado quando acordou. Sua cabeça latejava e seu corpo doía como se tivesse acabado de levar uma surra.

Olhando ao redor, percebeu que estava em seu quarto, mas não entendeu porquê estava sentado no chão e só se lembrou do que tinha acontecido quando tentou se mover e levantar. Seus pulsos estavam firmemente amarrados em suas costas, o que explicava a dor em suas articulações e a dormência em suas mãos. Tentou se levantar mesmo sem apoio, mas pendeu para o lado e caiu quando a dor em seu joelho inchado o fez soltar um gemido sofrido.

Dessa vez, deitado de lado, com a bochecha tocando o mármore frio do chão, tudo que pensou foi em organizar os fatos.

1.       Haviam sido atacados;

2.       Jungkook não sabia por quem;

3.       Seu pai provavelmente estava morto;

4.        Hoseok e Seokjin, também;

5.       Ele, decerto, seria o próximo;

6.       Havia um ômega e o cheiro dele... O cheiro dele havia despertado algo nele que ele não sabia que existia;

7.       Jungkook o atacou.  

Do último fato, tinha certeza. Era sua última lembrança. Se lembrava com clareza da ânsia que havia o impulsionado na direção daquele ômega, tão grande, absoluta e abrasadora que foi capaz de o dar forças para se libertar de dois homens, embora ferido e exausto, para chegar até ele.

Não sabia o que tinha acontecido depois, nem se tinha conseguido atingir seu objetivo no momento em que  conseguiu se soltar. Mas se recordava muito bem que seu alvo era o pescoço dele.

A recordação de seu cheiro ainda era muito presente, embora a imagem de seu rosto fosse meio translúcida, aliás, tudo lhe parecia meio nublado ainda. Apenas o cheiro de flor de macieira e amêndoa doce permanecia intocável em sua mente.

Não soube ao certo quanto tempo permaneceu deitado ali, refletindo, mas em certo ponto, começou a ouvir o barulho inconfundível de chaves abrindo uma fechadura. A fechadura de seu quarto.

Depois de tantas horas amarrado na mesma posição, seu corpo parecia ainda mais dolorido, mas pelo menos o inchaço em seu joelho estava melhor. Usou isso para se levantar. Se havia chegado a hora de morrer, que fosse com o mínimo de dignidade.

Contudo quando a porta foi aberta, não foi seu carrasco que passou por ela, mas sim Kim Seokjin. Jungkook respirou aliviado assim que viu seu rosto e constatou que ele estava bem, ou o máximo de bem-estar, que alguém que havia levado um talho na perna do tamanho que ele levou, poderia ter. Pelo menos alguém havia cuidado de seu ferimento, o que o colocava num estado de vantagem em relação a Jungkook.

 Ele se aproximou mancando e passou a desamarrar as cordas em seus pulsos.

— O que está acontecendo, Seokjin?

— O palácio foi atacado, seu pai está morto, juntamente com os membros do conselho e toda a corte que estava presente — Seokjin falou sem rodeios, como lhe era de costume.

Jungkook não sabia o que sentir. Nunca havia tido um bom relacionamento com seu pai, não o respeitava como alfa e nem como líder e, também, o rei nunca tinha se preocupado em ser presente na vida dele, mesmo quando sua mãe morreu e ele era somente uma criança. Ainda assim, ele era seu pai, então, devia se sentir entristecido, certo?

Quanto a corte, o que sentia era mais simples de entender. Não tinha proximidade e nem apego com nenhum deles, e isso incluía seus tios e primos, mas eles eram tessadranos. Faziam parte do povo dele e mereciam justiça. Pensando nisso, Jungkook perguntou:

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