Capítulo II: Previsões

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Quando Taehyung entrou em seu quarto, numa das áreas mais nobres do palácio, encontrou Namjoon se arrumando. O alfa estava terminando de abotoar a parte superior da farda azul escura com detalhes em dourado, as cores de Amoriel.

— Temos algum compromisso oficial hoje? —  o ômega perguntou apenas por perguntar, sabia a resposta. Na verdade sabia de cima a baixo a agenda do alfa.

—  Nós não —  foi o que Namjoon respondeu. —  Eu irei viajar.

Não havia nenhuma viagem programada para tão cedo, Taehyung sabia. Então, se Namjoon ia viajar tão de repente a causa só podia estar ligada a...

—  Posso saber para onde? —  perguntou ao se aproximar e começar a ajustar as medalhas no peito musculoso do alfa.

Namjoon sorriu.

—  É um assunto sigiloso. Chanyeol não quer que muitas pessoas fiquem sabendo disso.

Taehyung lhe devolveu o sorriso.

—  Que eu saiba, eu sou só um. Vamos, me conte.

Namjoon meneou a cabeça de leve, avaliativo.

Eles tinham uma boa relação. Não eram exatamente o casal mais apaixonado do reino, mas também não eram o mais infeliz. Estavam casados a pouco mais de um ano devido a um acordo matrimonial entre suas famílias.

No início Taehyung esperneou. Mesmo sendo filho de nobres e tendo tido acesso a melhor educação que poderia ser ofertada a ômegas, era considerado rebelde. Queria poder tomar suas próprias decisões e escolher seu destino, e com certeza não estava em seus planos de vida ideal casar-se tão cedo. Infelizmente, era um ômega a frente de seu tempo e não teve voz suficiente para eleger quando ou com quem se casaria. Por sorte, quem estava lhe esperando no altar era Namjoon.

No começo não foi fácil, Taehyung era mesmo um rebelde e quis deixar bem claro que não seria submisso. Queria mesmo era que Namjoon o devolvesse. Quase conseguiu algumas vezes, mas o alfa era persistente e tão paciente que lhe dava nos nervos. Até que ele simplesmente lhe propôs um acordo. Deveria se comportar frente à corte e se mostrar um marido ômega excelente e em troca, Namjoon lhe concederia sua liberdade, dentro dos limites aceitáveis, é claro. Lógico que não era o mais sonhado por Taehyung, mas era melhor do que a prisão pomposa que seus pais haviam o criado.

Dessa forma, com a convivência e o respeito, se tornaram bons amigos. Amigos que as vezes se arranhavam na cama.

Enfim, era fato que no fim das contas, Taehyung não sentia que tinha mais tantos motivos assim para reclamar. Com o casamento, havia ido morar no Palácio devido a altíssima patente de seu marido e graças a isso tinha conhecido Jimin. E não demorou para o príncipe ômega percebê-lo como um potencial aliado. Se tinha uma coisa que caracterizava bem Taehyung era a lealdade com os que lhe eram importantes. Esses poderiam ser contados nos dedos de uma mão, porque Taehyung podia até demorar a se apegar, mas quando isso acontecia, era realmente verdadeiro. E com Jimin, ele sentiu uma aproximação imediata, era até esquisito. Mesmo com as restrições do príncipe e seus hábitos, grande parte das vezes, bem egocêntricos, gostava muito dele e faria sempre o que pudesse para ajuda-lo, pois quando o via não via apenas um príncipe mimado e superficial, não, via muito mais. Via nele o potencial de conseguir o que jamais conseguiria sozinho.

Podia até ser coisa boba, como Jimin sempre fazia questão de ressaltar, mas Taehyung podia sentir no âmago de seu lobo que o outro era o caminho para sua liberdade. Liberdade de verdade.

—  Você não é só um, mesmo —  Namjoon falou com um sorriso de canto nos lábios que revelava muito sutilmente suas covinhas. —  Te contar algo é o mesmo que contar para o príncipe Jimin. Ou você acha que eu não sei que tudo que você sabe vai correndo contar para ele?

EGO · ABO · JJK + PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora