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Capítulo XIV: Conciliação

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Ser Primeiro Conselheiro não era exatamente  como Taehyung pensou que seria. Na verdade, se resumia a trabalhar, trabalhar e trabalhar mais de novo.

Era muito a se resolver, planejar e decidir. Parecia que tudo tinha que passar por suas mãos antes de chegar até as de Jimin. Seu trabalho era basicamente organizar e facilitar o trabalho do rei  ㅡ tinha se convertido numa peneira ambulante! ㅡ só que ninguém parecia disposto a fazer o mesmo por ele, muito pelo contrário. A cada dia ficava mais claro o quanto aquela corja, que formava o gabinete real, estava torcendo para que eles fracassassem.

Mas contrariando a todos os indícios, Jimin nunca se deixava abalar. A cada novo problema que surgia ou novo empecilho posto à sua frente, arranjava um modo de sair por cima. Não havia sido criado como um príncipe herdeiro para governar, mas sim para estar ao lado de um governante, organizando festas para a Corte, tendo seus filhotes e sendo o rosto perfeito para estar ao lado de qualquer grande nome num quadro ou livro de história. Jimin não havia estudado para ser rei, tinha sido preparado para ser esposo. Em tese Taehyung também, a diferença é que nunca tinha se esforçado minimamente em aprender, bem diferente da função ao qual estava encarregado. Estava claro que Jimin queria ser o melhor rei que Amoriel já havia tido e isso o envolvia diretamente.  

Naquele último mês, Jimin não havia feito praticamente nada que não fosse analisar documentos, ler diários dos antigos reis, solicitar levantamentos e estudar, estudar sem parar. Era como se quisesse enfiar todo o conhecimento político, econômico e social que não tinha tido acesso nos últimos anos de uma vez em sua cabeça. Por isso, mal comia, mal dormia e mal descansava. E se ele estava se esforçando tanto, Taehyung se sentia na obrigação de se esforçar também.

ㅡ Insisto que reconsidere, Majestade ㅡ Ji Eun disse mais uma vez naquele entardecer. Dava claramente para ver o quanto se ressentia por ter que chama-lo daquela forma. Seu rosto sempre se contorcia sutilmente em desagrado.

Jimin mal levantou os olhos do documento que analisava sob sua extensa mesa abarrotada de mais papéis. Havia escolhido uma das várias salas do castelo para tornar seu escritório particular.  Seu pai costumava atender qualquer demanda diretamente no Salão Real, mas Jimin não queria ficar empoleirado num trono permanentemente, havia separado apenas um dia na semana para atender abertamente, os outros dias passava entre reuniões (eram muitas) e papeladas em seu novo escritório.

ㅡ Não há o que reconsiderar. Esta não é uma divida da Coroa.

Os olhos de Ji Eun se estreitaram e ela inspirou alto como se quisesse deixar evidente sua irritação.

ㅡ Mas é claro que é. A contratação de todos os mercenários foi com o único propósito de trazer uma nova conquista ao nosso reino.

Jimin finalmente dirigiu sua atenção a ela por completo. Arqueando uma sobrancelha e meneando a cabeça de leve, ele disse:

ㅡ Não, foi com o único propósito de trazer uma conquista para você. Coisa que você não teve competência para completar, agora pague sua dívida.

Depois da morte do rei-pai e de ter descoberto que os mercenários trazidos por Lorde Shin a mando da princesa ainda estavam instalados em Amoriel, Jimin tratou de enxota-los de imediato sob a ameaça de uma multa diária para cada dia a mais de permanência sem autorização. Eles foram, mas Lorde Shin estava cobrando por seus serviços e Ji Eun queria que ele pagasse, a cara de pau.

ㅡ Não tenho mais como dar o que prometi a Lorde Shinㅡ Ji Eun falou entredentes.

ㅡ Ah, é? ㅡ Jimin soltou em entonação provocativa ㅡ E por que não?