Capítulo V: Mudança de Planos

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Jimin pediu para falar mais reservadamente com Hwasa e ela prontamente o atendeu. O ômega Yoon não pareceu tão satisfeito e teve a audácia de rosnar — mesmo que baixo — para ele. Porém, foi necessário só um olhar da líder e ele logo se conteve. Jimin adorou.

Ao adentrar mais a casa, passaram pela cozinha. Haviam muitas ervas penduradas e expostas sobre a mesa de madeira pesada. Não era um compartimento muito grande e embora estivesse limpo, parecia abandonado, como se não fosse usado a anos. Jimin não conhecia muito bem cozinhas, a do castelo nem conseguia se lembrar qual a última vez que tinha ido — será que já tinha ido alguma vez? —, mas aquela parecia demasiadamente vazia.

Depois de passarem por lá caminharam mais poucos passos até estarem de frente a uma porta marrom baixa. Hwasa abriu-a e apontou para dentro da escuridão do outro lado da madeira.

— Cuidado com as escadas — alertou.

Taehyung, que não havia desgrudado um segundo sequer de Jimin, arregalou os olhos e acenou, quase em frenesi, negativamente.

Jimin não se abalou.

— Você primeiro — ditou à bruxa líder.

Hwasa lhe sorriu.

— Não confia em mim?

Como de costume, o príncipe nem pensou em lhe responder sonoramente. Não se incomodava em falar o que era tão óbvio.

— Faz bem — diante do silêncio de Jimin foi o que Hwasa disse antes de, por fim, entrar na escuridão.

Em seguida Jimin foi logo atrás tendo que usar de força para praticamente arrastar Taehyung e fazer com que se movesse.

A luz era pouca, mas os degraus eram bem estruturados e de tamanho curto, o que facilitava a descida intuitiva. Foram exatamente quinze até estarem em seu destino final.

A sala era um círculo perfeito com teto baixo e paredes de pedra acinzentada, repletas de estantes abarrotadas por quase todos os lados.  Pergaminhos, livros grossos de capa de couro, frascos de muitos tamanhos cheios de líquidos coloridos e outras coisas compunham as prateleiras, mais ervas estavam distribuídas por quase todos os cantos incluindo a mesa larga no centro do cômodo, dividindo espaço com quinquilharias que os outros ômegas não faziam ideia do que eram. As panelas que faltavam na cozinha estavam todas lá, empilhadas em uma parede sob um fogão grande e antigo, entre elas estava um caldeirão de ferro enorme que fez os olhos de Jimin se deslumbrarem e imediatamente procurar por varinhas. Parecia tão emocionante!

— E então, Alteza — começou Hwasa, cruzando os braços sob o corselete preto. —, o que posso fazer pelo senhor? Imagino que seja algo importante para que tenha vindo até aqui completamente desprotegido.

Jimin ergueu o queixo e franziu levemente as sobrancelhas. Não concordava com sua última sentença. Não se sentia minimante desprotegido. Ao contrário da maioria dos ômegas, Jimin sabia muito bem como se defender, havia treinado secretamente com Taemin desde a chegada do capitão ao castelo; quebrar pescoços não seria um problema caso necessário, e, dependendo das condições, subjugaria até mesmo um alfa. E havia uma proteção ainda mais poderosa que seu corpo e força, havia o véu de seu status, esse sim era um escudo impenetrável. Pelo menos enquanto estivesse em Amoriel e o rei fosse o seu pai.

Ele suspirou numa tentativa de deixar o incomodo que sentia, um pouco menor. Precisava se concentrar no que tinha ido fazer ali.

— Você tem razão, bruxa. Estou aqui porque preciso de um feitiço.

Observando-a com tanta atenção, não foi difícil perceber o leve traço de humor que percorreu o rosto de Hwasa. Era desconcertante ao mesmo tempo que estimulante a forma como ela não parecia nada abalada com a presença dele.

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