Cap 24

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Independente, se Error ficou ou não me irritando aquele dia, eu fui para o restaurante ficar no turno da noite como sempre. Sem nenhum sinal dele, que me desanimou um pouco. Jurava que ele ia tá fumando por ali, ou vendendo! Por que eu me importaria também? Ele que se cuide sozinho, ele já não precisa de babá como antes.
Não vi nada de estranho em primeiro momento, até que eu vi Nightmare indo atrás de um carro junto de Killer. Nesse momento, eu decidi me aproximar para ouvir a conversa.
-Killer, não quero falar disso agora!-ele diz bastante alterado, quase que se segurando para não gritar-Quanto dinheiro nós temos?
-Se contarmos que o prazo deles para vender tudo é até amanhã...-ele começa a fazer os cálculos mentalmente-Nós chegaríamos a quase um milhão.
-Contando o pagamento?
-Você ficaria com cinquenta mil, por aí...
Eles realmente conseguem dinheiro com isso, mesmo sendo poucos funcionários.
-Tá, agora vamos falar do Error!
-O que que tem aquele Glitch de computador? Ta afim dele ainda Nightmare?
O Kraken avança em Killer, o pegando pelo pescoço e aproxima seus rostos. Não de uma maneira romântica.
-Escuta aqui seu merda, se continuar fazendo essas perguntas pra mim não vai ser só ele que vai ser demitido!
Espera, ele vai demitir o Error?
-Você vai demitir ele?-Nightmare o solta- Por quê? Ele ta vendendo bem...
-Sim, mas não no ritmo de antes, e você percebeu que ele ta andando com o ex da minha irmã?
O Error flertando comigo? Okay, então flertar é chamar a pessoa por apelidos ridículos, a irritar sempre que possível, a odiar desde sempre e esconder segredos? Nossa agora entendi porquê eu e a Dream terminamos.
-Pff, Nightmare você se importa?-Antes dele atacar Killer levanta as mãos-Okay okay, sim você se importa só não demonstra porra nenhuma, já entendi. Mas você sabe o que ele tem com o Ink, ou pelo menos tinha...
-Ele não conta nada, ele que se foda! Não é problema meu.
-Chefe, se você demitir ele você vai perder muito dinheiro! Ele é o segundo que mais vende bem aqui...
-Killer, só poderia pensar em manter ele no cargo caso ele me trouxesse o dinheiro HOJE-ele se levanta e eu me abaixo para eles não me verem- e parece que tá bem difícil disso acontecer...
Killer depois de um tempo se levanta e ambos vão embora, me levanto e dou um passo para trás me virando logo em seguida e quase caio para trás de novo pelo susto.
-Sentiu saudade tintinha?~
Coro e acabo pisando em falso e caindo no chão de novo.
-Ah!
Error cruza os braços e, obviamente, ele está se sentindo superior por ter me assustado. Se fosse para ele aparecer assim, meu dia poderia ter continuado tedioso e cotidiano como sempre. Não precisava disso, nem mesmo de ver a cara dele hoje, ou até mesmo ouvir aquela conversa. Mas acho que isso nos põem em posições iguais, ambos sabemos de algo que outro não sabe. Me levanto o encarando.
-Você ouviu alguma coisa?
Pergunto cruzando os braços. Ele endireita a coluna e coloca as mãos nos bolsos do casaco, e me encara de volta.
-Não, por quê? Era algo sobre mim?
Ele pergunta convencido, e com um sorriso de canto no rosto. Aquele sorriso me irritava, a minha vontade de desfazer aquela pose dele era gigantesca. Mas eu estava em ambiente de trabalho, e não tava afim de começar briga. Muito menos de continuar aquela conversa. Saio da frente dele, e o respondo.
-Nada...
Antes deu eu poder estar longe o bastante dele, sinto alguém segurar meu pulso. Assustado, olho meu pulso e depois encaro Error. Naquele momento, eu não tinha reação, eu apenas tinha uma pergunta: Error Crayon, o esquisitão que atrai varias meninas, que tem afefofobia, está me segurando pelo pulso. Por que ele quer me manter lá?
-Quem nada é peixe, o que você ouviu?
Olho para me pulso, e depois o encaro novamente.
-Me solta primeiro!
Ele percebe o que fez, e me solta ainda sério mas um pouco corado nas bochechas.
-Pronto, fresco.
-Fresco o caramba...-murmuro- E se quiser saber o que eu ouvi, vai ter que esperar até o final do meu turno, ou prefere que eu faça como certa pessoa e te deixe descobrir sozinho?
-Então, você se incomoda que eu guarde segredos de você?
Ele se aproxima de mim com aquele sorriso no rosto, o mesmo de antes, o mesmo que eu tenho vontade de destruir com um soco na cara dele.
-Se esse segredo é sobre algo que eu não me lembre, sim! Eu me importo.
Sem perceber aproximo nossos rostos, e sinto sua respiração. Nossos olhares acabam se encontrando, mas ambos mantemos nossas feições, eu neutro e ele convencido. Seu sorriso se desfaz, mas acabo não dando muita atenção.

O Lado Complicado de Amar Seu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora