Cap 64

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Acho que eu nunca fiquei tão feliz de sábado chegar tão rápido. Talvez seja por eu estar muito ansioso pelo encontro, mas eu nunca me senti tão relaxado e feliz logo de manhã.
Desço para a cozinha e minha mãe está lá tomando uma caneca enorme de café, ainda de pijama.
-Bom dia!-a cumprimento e abro a geladeira.
Pego a manteiga e o pão e vou em direção a torradeira.
-Bom dia.-sinto ela me observar-Algum motivo específico para o bom humor?
Hesito mas continuo a preparar as coisas para meu café da manhã.
-Não, eu só não vou trabalhar hoje.-digo mas ainda sinto ela me encarar.
-Sem nenhum plano?-ela diz enquanto toma um gole do seu café.
Engulo seco e coloco o pão na torradeira e a ligo.
Me viro para minha mãe e cruzo os braços.
-Bom, talvez eu tenha planos.-olho pro chão.
-Vai sair com o Error?-ela pergunta com um ar de "eu já sei de tudo garoto".
Sinto meu rosto esquentar um pouco.
-Não é nada demais.
-Não é? Você parece bem animado.
Solto uma risada e olho para o lado tentando evitar seu olhar e digo:
-Não estou não.
-Então eu posso fofocar disso com a Queenie?-ela pergunta pegando o celular.
-MÃE!-chamo ela e a encaro vermelho.
-O que? Eu posso fofocar disso já que não é nada demais.-ela dá de ombros e liga para ela.
-Não!
Ela sai correndo da cozinha e eu vou atrás dela.

{Error's p.o.v}

Sábado eu acordo ansioso, e para ajudar nisso eu acordei o mais tarde possível para ver se o dia passava mais rápido.
Ao descer as escadas vejo Fresh no sofá mexendo no celular com um sorriso bobo no rosto.
-Conversando com seu Jammy?-pergunto ao passar por ele e recebo um chute na canela como resposta.
-Não enche.
-Ele tá agressivo hoje, o meu Deus.-dou risada enquanto reviro os olhos.
Chego na cozinha e dou um beijo na cabeça da minha mãe e a cumprimento:
-Bom dia.
-Bom dia, querido.-ela boceja enquanto enche sua caneca de café-Quer um pouco também?
-Aceito.-digo e bocejo também.
Depois de ela entregar me entregar a caneca ficamos no nosso silêncio confortável de manhã, até que o celular dela toca.
-Quem é uma hora dessa?-ela pega o celular e ajeita o cabelo-A Crayon?
-Hum? O que ela quer?
-Vou descobrir.-ela atende e coloca no viva voz-Bom dia!
-Bom dia minha cara amiga!-ela diz entre risadas.

"Como as pessoas acordam de bom humor?"

-Mãe! Não! Desliga, por favor!-escuto Ink implorar no fundo.
Quando escuto ele dizer isso começo a ficar interessado na ligação.
-O que te faz me ligar as...-ela verifica-nove e meia da manhã?-ela pergunta.
Me aproximo mais dela encarando o celular enquanto bebo meu café.
-Meu filho e o seu...-ela fala enquanto parece empurrar alguém-Vão sair hoje a noite, sabia disso?
-Mãe, por favor!-
Ink diz.
Dou risada e sei que ele deve estar se encolhendo de vergonha.
Minha mãe me encara e eu aceno de maneira positiva com a cabeça.
-Ia te contar hoje, foi mal.
-Tudo bem, filho.-ela sorri e bate sua caneca com a minha-Boa sorte.
-Obrigado, mãe.-sorrio de volta.
-ELE ESTÁ AI?-a minha futura sogra pergunta.
Chego mais perto do microfone e respondo:
-Sim, bom dia sra.Crayon!
-MÃE DESLIGA AGORA, POR FAVOR!-Ink implora envergonhado.
-Bom dia, Ink-o cumprimento.
-Error não dá corda pra ela vai.-ele murmura.
-Depois conversaremos suas intenções com o meu filho, Error.-Crayon diz-E depois fofocamos, Queenie.
Minha mãe dá risada e responde:
-Sem problemas, hoje tem boi na linha, mas depois conversamos.
-Até depois, Queenie!
A chamada é encerrada.
Minha mãe me encara e eu pergunto:
-Você vai mesmo fofocar sobre mim e o Ink com ela, não é?
-Talvez.-ela dá de ombros.
Olho para a porta da cozinha e vejo Fresh:
-Todo mundo nessa casa é maria fifi?
-Sim.-os dois respondem juntos.
-Principalmente quanto a sua vida amorosa.-Fresh acrescenta e eu reviro os olhos.
-Vão se ferrar vai.-sinto meu rosto esquentar e bebo mais do meu café.
-Por isso comprou aquelas velas? E o buquê é pra ele também?-minha mãe pergunta.
-Sim.-admito ainda envergonhado.
-Own, meu irmão tá apaixonado.-Fresh me provoca.
-Não mais do que você, seu diabético.
-Pera o Fresh também tá com alguém?-minha mãe pergunta.
Olho para ela depois para Fresh que parece sem graça.
-Desculpa, agora se vira pra conta, eu tenho coisas para organizar.-digo correndo para meu quarto.
Depois que entro eu começo a pegar tudo o que eu preciso por enquanto e conto as horas para chegar o horário de preparar tudo e buscar ele para o nosso encontro.

{Ink's p.o.v}
O tempo passa o bastante para quando eu perceber eu estar me encarando no espelho e não achar que estou bem.
-Simples demais.-murmuro e olho para o meu guarda roupa-Que droga.
Eu estou vestido com uma camiseta preta simples se você não contar a estampa atrás de Van Gogh sem sua orelha e escrito embaixo "I can't hear the haters", uma calça jeans clara e ainda com as minhas meias.
-Não tenho nada mais elaborado que isso...-penso em voz alta.
Ouço a campainha e desço correndo para atender.
Quando chego na escada minha mãe está abrindo a porta e cumprimentando Error.
-Ele está lá em cima se arrumando, ele é bem perfeccionista sabe.-ela ri.
-Eu sei bem disso.-ele a responde e olha para mim-Oi...-ele sorri.
-Oi.-respondo sem graça.
Minha mãe se vira para mim e diz:
-Olha ele todo arrumado.-ela cruza os braços e sorri-Mas tá espontâneo querido.
-É, mas não estou tão bem assim.-passo a mão no pescoço.
-E eu to?-Error pergunta.
Vejo que ele está com uma camiseta vermelha simples, uma jaqueta jeans e uma calça preta e all star azul marinho. Ele também está simples, mas ainda assim não acho que eu estou a nível ou bem o bastante para um primeiro encontro. Talvez seja nervosismo?
Vejo as mãos dele e percebo o buquê que ele carregava.
Com certeza eu não estou bem o bastante para seja lá o que ele tenha preparado.
-Não sei...-digo e olho para meus pés que estão cobertos pela minha meia branca.
-Por que não sobe para ajudar ele com o sapato?-minha mãe sugere dando um empurrãozinho nele.
-Pode ser.-ele diz dando de ombros-Posso?
-Tudo bem.-o respondo e subo.
Me sinto uma criança. Eu não preciso de ajuda para escolher o sapato.
Subimos até meu quarto e eu pego o all star vermelho que eu tinha separado e murmuro para mim mesmo:
-Vai dar tudo certo...-digo mesmo sem acreditar nisso.
-Nervoso?-ele pergunta e se senta ao meu lado deixando o buquê em cima da cama.
-Um pouco.-admito e calço os sapatos.
-Eu também.-ele diz dando risada-Espero que goste do que eu pensei.
Olho para ele e o respondo:
-Eu tenho certeza que vai ser bom, Ruru.
Nos encaramos por um tempo
-Eu amarro pra você.-ele diz querendo quebrar a tensão.
Ele fica na minha frente e começa a amarrar meu sapato sem me dar tempo para protestar ou dizer qualquer coisa. No fim das contas apenas deixo ele fazer o serviço e encaro o buquê.
-É pra mim?-pergunto tentando criar um assunto.
-Hum?-ele olha para mim, e depois para o buquê-Ah! Sim, só me dá um segundo, eu tenho todo um discurso pra isso.-ele diz se focando em amarrar meus tênis.
Dou risada.
-Por que um discurso?
-É nosso primeiro encontro, porra isso é algo especial.-ele acaba um dos tênis e vai para o próximo.
-Eu sei mas, não precisa disso.-falo sem graça.
-Eu sei, mas eu quero fazer isso.-ele acaba o outro tênis e se levanta.
Ele pega o buquê e me entrega limpando a garganta.
-Eu não sei se você gosta de flores, nem as suas favoritas, mas eu sei que eu queria te dar algo especial, então vou começar com algo genérico.-ele dá de ombros e estende a mão-Pronto pro nosso encontro?
Percebo que ele está tremendo, e provavelmente tinha mais o que falar do discurso mas eu aceito sua mão e me levanto.
-Estou sim.-acaricio sua mão e pego o buquê-Só tenho que pegar meu casaco.
-Eu pego.-ele vai até meu guarda roupa.
Enquanto isso me sento e aprecio o buquê. É bem simples, aqueles com rosas e aquelas flores brancas pequenas e simplórias, talvez essa seja a melhor parte do buquê para mim. Passo os dedos de leve em uma das rosas e sinto uma luz forte no meu rosto e olho para o lado.
-Error!-dou uma risada.
-Ai droga, o flash tava ligado!-ele ajeita a configuração do flash.
-Sem fotos.-coloco o buquê no meu rosto.
-Mas você tá tão fofo assim!-ele diz dando risada e tira uma última foto e guarda o celular-Ok ok, sem fotos.
Tiro o buquê do rosto e estendo a mão e ele a segura.
-Vamos?-ele pergunta.
-Vamos.
Ele me entrega meu casaco marrom e descemos as escadas de mãos dadas.
Minha mãe está sentada no sofá e acaba nos vendo.
-Espero que cuide bem dele.
-Eu vou, sogrinha.-ele a responde com um sorriso no rosto.
O encaro meio sem graça.
-Esteja em casa até as onze, ok?-ela diz, agora para mim.
-Ok, não se preocupa.
Ela se levanta e vem em minha direção. Minha mãe nos observa e depois beija minha testa e sussurra para mim:
-Se divirta.
Ela olha para Error e diz:
-O que ainda estão fazendo aqui? Anda vão se beijar pela cidade.
-Mãe!
Error dá risada e diz:
-Estamos indo, sra.Crayon.-ele diz e abre a porta para mim soltando minha mão-Vamos?
-Por favor.-murmuro e saio de casa.
Ele sai e fecha a porta.
-Para onde vamos?-pergunto.
-Pior lado da cidade.-ele me responde e pega minha mão.

Quando chegamos lá, me deparo com um pique nique daqueles clichês e bobos de filmes, a diferença seriam umas duas velas aromatizadas acesas no meio de tudo.
-Taram.-ele diz dando uma risada meio nervoso-O que achou?
-Tá incrível!-me viro para ele e beijo sua bochecha-Por que tá tão nervoso? Tá muito lindo, Error.
Ele cora e limpa a garganta:
-Vamos nos sentar?
Corro e me sento em frente a cesta.
-O que preparou para hoje?
-Brownies feitos pelo Blue, uns sanduíches, álcool para mim e energético pra você, chocolates, tem muita coisa na verdade.-ele dá uma risada tirando uma lata de energético e me entregando.
-Obrigado.-pego a lata e abro ela.
-Desculpa, não é nada elaborado mas é o melhor que eu pensei.-ele dá de ombros-Não tinha nada de interessante no cinema, e eu não queria nada clichê, então...
-Tá perfeito.-o interrompo-Eu não teria feito melhor.
-Teria feito sim, tudo que você faz é incrível.-ele diz encarando o chão.
-Ei,-levanto o rosto dele com uma de minhas mãos e deixo o energético de lado-eu adorei, para com isso.-aproximo nossos rostos.
-Tá bem.-ele me olha nos olhos depois para meus lábios e sinto ele tremer-Eu quero tanto te beijar...
Dou uma risada fraca.
-Então beija, não é difícil.-digo e aproximo nossos lábios.
Nos beijamos, é algo calmo e sentimental. Meu objetivo é o acalmar, e parece que dá certo já que depois disso ele me abraça e diz:
-Desculpa, eu to fugindo do foco de que isso tinha que ser romântico.-ele dá risada.
-Mas já é romântico.-dou risada e me afasto um pouco dele enquanto pego meu energético-Quem faria isso tudo por mim?
-Só um idiota não faria.
-Viu? Isso aqui é romance.-aponto para nós dois.
-Talvez você tenha razão, eu to nervoso a toa.-ele pega uma garrafa de coca-cola.
-Você não falou que tinha comprado álcool para você?
-Acha mesmo que vou beber no nosso primeiro encontro?-ele abre a garrafa e toma um gole-Sem chance.
-Mas você bebe, e eu não tenho problema com isso.
-Sobrevivo um dia sem isso.-ele dá de ombros-Como tá o energético?
-Bom.-bebo mais um gole.
Ficamos uns segundos em silêncio até eu o perguntar:
-O que achou de perder?-dou mais um gole o observando ficar meio irritado.
-Calado.
Dou risada.
-O bebezão não sabe perder!
-Você nem tinha bons argumentos!
-Então por que eu ganhei?
-Por que o Fresh me odeia!-ele responde enquanto bebe mais do refrigerante-E olha que ele é meu irmão!
Dou risada e me deito no chão.
-Você é muito competitivo!-digo entre risadas.
-Não não, sou ambicioso, é diferente.
-Claro, claro.-me ajeito e volto a ficar sentado.
-Por que sua mãe ligou hoje?
Quase tinha me esquecido da minha vergonha de hoje de manhã.
-Ah! Era pra me encher o saco na verdade...-coço a nuca-Tinha contado para ela sobre o encontro mas disse que não era nada demais, e ai ela me fez passar vergonha...
Ele dá risada e diz:
-Uau, ela é exagerada.
-Ela gosta que eu compartilhe as coisas, e sabe quando eu estou mentindo, então...-dou de ombros-Acho que foi mais pra eu admitir.
-Admitir o que?-ele pergunta.
-Ah vai, para tá na cara.-digo sem graça.
-Eu sei que você gosta de mim, Ink, mas isso você já admitiu, o que você ainda não me disse foi outra coisa.
-Você quer complicar as coisas? Do que você tá falando?-pergunto nervoso.
-Das três palavras.-ele diz sem graça-É isso? Que você tinha que admitir?
Três palavras?

"Espera, ele pensa que eu ia..."

-Não! Não! Minha mãe nem me cobraria falar isso eu acho, só que eu me importo com você e com o que você pensa.-falo nervoso.
-Se importa?
-Por que eu não me importaria? Você viu como eu tava nervoso hoje.-falo e me encolho.
-Sim, mas...-ele mexe sua mão livre-Deixa, deu pra entender. Desculpa eu fui bem mais além.-ele dá uma risada sem graça.
-Tudo bem.-olho para o lado e bebo mais do energético.
Continuamos o piquenique naquele clima estranho.
Três palavras. Eu não sei quando vou ter coragem de dizer isso, mas eu sei agora que ele quer sim que eu diga. E quer quer eu fale primeiro.




























































































































































































































































































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Bem meus amores, é isso espero que tenham gostado, beijos e.....
βyё♥βyё

βyё♥βyё

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O Lado Complicado de Amar Seu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora